sábado, 31 de agosto de 2013

Arrumar é harmonia



Quando eu era jovenzinha, só se faziam arrumações de fundo em casa uma vez no ano.
A Páscoa, talvez por estar já a caminho da primavera e o tempo já o permitir, era a época escolhida.
Nessa altura, não havia canto que não fosse remexido, bem arejado e «engraxado».
Bem diferente dos dias de hoje.
Todos os dias são dia de limpar.
Até acho que se exagera.
Com a noção de higiene mais apurada, tem-se necessidade de sentir o cheiro da limpeza, introduzindo até, para que tudo fique mais cheiroso, produtos a mais e nocivos para a natureza.
As tarefas de casa nunca estão completas!...

Por incrível que pareça, sinto que o meu cérebro é quase uma extensão da minha casa.
Não aguento tê-lo desarrumado e sujo.
Sinto que devo arejá-lo todos os dias e limpá-lo de toda a poluição que, ainda que sem querer, me entra por ele dentro.
É uma necessidade intrínseca.
Não consigo guardar o lixo
Nem que seja escondidinho num cantinho recôndito.
Quando tento fazê-lo, fico mal comigo e talvez menos simpática com os outros.
Não me dou bem com a bagunça.
Sendo assim, o mais indicado é limpar.

Deixar que entrem bons odores, bons sons e ares despoluídos.
Tudo no seu sítio.
Destacar até, e valorizar, o que mais merece.

Tem que haver arrumação para que haja harmonia e bem-estar.
Para que nada me perturbe o caminho simples e rectilíneo que escolhi percorrer.
Às vezes não é fácil.
As arrumações dão trabalho, as limpezas são às vezes muito pesadas de fazer.
O que é certo é que na limpeza se vive melhor.

Embirro com teias de aranha e cheiro a bolor!...
 

Abraço.

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