segunda-feira, 18 de julho de 2011

Saudosismo, Saudade












Para mim, ainda que saiba que outras pessoas possam pensar diferente o que acho legítimo, saudosismo é diferente de saudade.
São dois sentimentos diferentes.
O saudosismo será aquele sentimento meio doentio, pessimista, a que alguns se entregam, quantas vezes masoquisticamente, porque precisam de carpir mágoas, de se entregar ao sofrimento. Sabendo que não resolvem nada.
Saudade para mim é outra coisa.
È um sentimento de difícil explicação, que, dizem, «apenas» os portugueses sentem… assim…, de uma forma «abstracta» mas interior.
Aperta o coração, cria-nos ansiedade e uma necessidade que nos faz abrir aquela gavetinha da memória às vezes já fechada, porque é preciso e onde estão guardadas as recordações de uma vida ou de um momento, ou de uma ou mais pessoas.
É um sentimento muito português, e difícil de ser expresso por palavras..
É a nossa sensibilidade mais profunda, mais recôndita, são as nossas emoções a ordenar:
abre.
E lá somos nós levados por caminhos já vividos, já explorados, mas que continuam vivos, guardados na tal gavetinha, que estava arrumada num cantinho no sótão… da
nossa memória.
Lá vamos nós ao encontro das pessoas, das coisas, daquele sítio que naquele momento ou quem sabe para sempre, não está ao nosso alcance.
E não há forma de evitar este sentimento.
Os mais sensíveis, os menos sensíveis, todos, o experimentamos, de uma forma mais ou menos sentida.
O português é assim.
Sentimentalão por natureza.
Somos um povo «manso» e carinhoso.
Salvo raras excepções.

Saudade é um sentimento que não se vê.
Mas existe. Ó se existe!...

Abraço.

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