Pode começar por ouvir o Hino à Alegria
Se olharmos para trás, o tempo fica lá longe.
Cada vez mais distante.
Às vezes, corre veloz.
Outras, deixa-se saborear e quase mastigar.
O tempo está colado à nossa pele, às nossas recordações.
Ao nosso corpo, à nossa memória.
Deixa marcas muitas vezes irreversíveis e bem incrustadas.
Deixa memórias que nos assaltam e nos levam até sítios e
situações que pensávamos nunca mais viver ou sequer rever.
O tempo é um companheiro presente.
Estava aqui a pensar que já não escrevo há alguns dias e que
me está a fazer falta.
Tenho estado mais ou menos em regime de férias.
Então, fazer o quê?
O melhor será arrancar de dentro de mim o que sinto e
partilhar.
As minhas férias de jovem.
Estão muito longe no tempo!...
Quando chegava a altura, a ansiedade, a alegria e a contagem
decrescente dos dias eram uma constante.
A mala ficava pronta muitos dias antes.
O tempo passava lento e os dias eram longos demais.
Quando chegavam as férias, logo de manhã bem cedo e
depois de uma noite curta, era finalmente a hora da partida.
O corpo e o espírito palpitavam de alegria.
Aquela mudança era mesmo necessária.
As rotinas precisavam de ser alteradas.
O contacto com a família e com os locais onde nasci eram uma
necessidade.
A chegada era uma festa.
Só que depois vinha o odioso da questão.
Aquele mês passava demasiado depressa.
O regresso era sempre complicado.
O aconchego e o carinho sabia a pouco.
A melancolia era inevitável.
O tempo.
Aquele que marca e deixa saudades.
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