Esta família grande a que me vou referir hoje, não é só uma
família grande, mas uma Grande Família.
É com orgulho que faço parte dela por via directa.
Teve a sua origem onde menos se poderia esperar.
No recato de uma casa paroquial onde habitavam um sacerdote,
uma governanta e uma criada.
Assim, «na paz de Deus»!...
O silêncio devia ser muito, a solidão doía, o frio chamava
companhia e a carne era fraca!...
O sacerdote, coitado, ainda jovem, caiu em tentação.
Não conseguiu aguentar os impulsos e zás, não fez apenas um
mas quatro filhos.
Três de uma e um de outra.
Qual árabe no seu harém.
Três foram assumidos pela calada, acolhidos num colégio
interno em Coimbra e lá receberam a educação que o pai lhes negou!
A sociedade assim o exigia!
O outro, coitado, foi atirado à rua com sua mãe, cresceu e fez-se
Homem a pulso e com muito sofrer.
Sem dó nem piedade, Filho de pai Incógnito.
Foi ele pai de treze filhos (apenas um não se criou) e meu
avô e avô de tantos outros que nem sei precisar quantos!
É esta família de homens e mulheres trabalhadores, honestos
e empreendedores, que se auto-denominou por Família Abade.
Uma forma de criar curiosidade e desmascarar a injustiça que
então aconteceu?
É esta família ou parte dela, que amanhã se vai encontrar
para um almoço-convívio na terra onde têm as suas raízes.
Tenho muita pena de não estar presente.
Estarei em espírito e com os canais do afecto todos ligados.
Abração especial para todos eles.
Sem comentários:
Enviar um comentário