sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Família Grande

 




Esta família grande a que me vou referir hoje, não é só uma família grande, mas uma Grande Família.
É com orgulho que faço parte dela por via directa.
Teve a sua origem onde menos se poderia esperar.
No recato de uma casa paroquial onde habitavam um sacerdote, uma governanta e uma criada.
 Assim, «na paz de Deus»!...
O silêncio devia ser muito, a solidão doía, o frio chamava companhia e a carne era fraca!...
O sacerdote, coitado, ainda jovem, caiu em tentação.
Não conseguiu aguentar os impulsos e zás, não fez apenas um mas quatro filhos.
Três de uma e um de outra.
Qual árabe no seu harém.
Três foram assumidos pela calada, acolhidos num colégio interno em Coimbra e lá receberam a educação que o pai lhes negou!
A sociedade assim o exigia!
O outro, coitado, foi atirado à rua com sua mãe, cresceu e fez-se Homem a pulso e com muito sofrer.
Sem dó nem piedade, Filho de pai Incógnito.
Foi ele pai de treze filhos (apenas um não se criou) e meu avô e avô de tantos outros que nem sei precisar quantos!
É esta família de homens e mulheres trabalhadores, honestos e empreendedores, que se auto-denominou por Família Abade.
Uma forma de criar curiosidade e desmascarar a injustiça que então aconteceu?
É esta família ou parte dela, que amanhã se vai encontrar para um almoço-convívio na terra onde têm as suas raízes.
Tenho muita pena de não estar presente.
Estarei em espírito e com os canais do afecto todos ligados.


Abração especial para todos eles.

Sem comentários:

Enviar um comentário