sexta-feira, 30 de março de 2012

Mãe chuva















Mãe chuva apareceu.

Como eras desejada, chuva!
Como tudo estava sedento de ti!...
As plantas, as árvores, as flores e todos os seres vivos saúdam-te.
Eu em especial.
Desta vez, sem qualquer interesse mais egoísta.
Gosto muito de chuva e de lareira, mas agora outros valores mais altos se levantam.
Os campos estavam com um ar amargurado e triste, tal era a sede.
Os verdes já quase não eram verdes.
As hortaliças vergadas de tristeza.

Os humanos e os animais, com olhares interrogativos e ansiosos.
As perguntas andavam no ar sem serem ouvidas.

Foi bom acordar de noite com o tamborilar das tuas gotas no telhado do meu quarto.
E como eram fortes!
E persistentes.

Fiquei feliz por te ouvir.
Sei que muita gente ficou feliz como eu.
Sei que a terra te recebeu e acarinhou.
Os verdes ficaram mais verdes, os riachos soam mais forte.
Os campos estão agora prenhes, para um dia destes brotarem de vida.

Bem vinda, Mãe chuva.

 Abraço.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Reconhecimento













Esta tarde de ventania esquisita e quente que não joga muito bem com a primavera, resolvi sair e explorar.
Os caminhos aqui vão quase inevitavelmente, dar a uma praia.
Foi lá que, passados alguns minutos, fui parar.

Havia novidades naquela praia.
Aquela que, até há pouco, era ainda uma praia em estado natural, apresentava agora algumas melhorias.
Sem alterarem o ambiente, melhoraram o acesso.
Uma extensa e ampla escada de madeira muito bonita estende-se do parque de estacionamento ao areal.
A meio, uma varanda panorâmica com uma cobertura e banco, que faz as delícias de quem gosta de apreciar o mar e a paisagem que o rodeia.

Gostei do que vi.
Vou visitar mais vezes aquela praia e usufruir da sua beleza.
Aquele areal extenso, por muita gente que apareça, tem espaço para descansar e desfrutar.

Vai-me saber bem sentar-me naquela varanda e absorver toda a sua beleza.

Em silêncio.
E em paz.

Bem-haja à Natureza e a quem a protege.

Abraço.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Tiques







Os tiques são pequenos gestos que algumas pessoas fazem sistematicamente, às vezes sem quase se darem conta.
Alguns são bastante desagradáveis não só para quem vê, mas também para o próprio.
Tanto quanto sei são tiques de origem nervosa.
E quanto mais nervosa a pessoa estiver, mais o tique aumenta.
Há tempos tive a oportunidade de conviver de perto, com um problema destes.
Chegou ao ginásio que frequento uma colega nova que deu nas vistas.
Não pela sua imagem, que era perfeitamente normal, mas porque tinha um tique que, por não ser muito vulgar, deu imediatamente nas vistas.
Com os lábios muito unidos em bico, movimentava-os freneticamente para a frente para trás e para os lados, sem parar.
Era aflitivo para quem via.
Perturbante até.
Estava uma hora e tal no ginásio e não parava nunca.
Isto aconteceu durante algum tempo.
Quinze dias talvez.

O que surpreendeu é que os tiques foram diminuindo aos poucos.

Hoje, a colega nova está praticamente normal.
Apresenta-se com um aspecto muito mais leve, jovial, e o tique foi-se.
Que alívio!
Penso que principalmente para ela.

Conclusão:
Deduzo que o ginásio foi uma terapia.
Quem sabe, prescrita por algum médico?

Mais uma vez me dou ao direito de achar que o ginásio resolve mesmo alguns problemas de saúde.

Até amanhã.
Vou até ao ginásio, também ele para mim, uma terapia.

Abraço.

terça-feira, 27 de março de 2012

Os bons e os maus













A minha prima Belinha, disse-me um dia:
-Ó prima, sabes que há os bons e os maus?
-Como assim, Belinha?

-Eu sei que é assim.
-Nos filmes, eu oiço sempre dizer:
Olha os bons,
Olha os maus!...
-Ó Belinha, isso é nos filmes!
Na sociedade é diferente.
Todos de vez em quando somos bonzinhos e todos de vez em quando também fazemos as nossas maldades!
-Mas também ouvi outro dia a Anita dizer que ela e a família dela eram bons.
Que não faziam mal a ninguém!...
E que os outros eram maus!...
-Não ligues ao que te disse a Anita.
Ela ainda é muito pequena,
Precisa de aprender a pensar.
Isso vai acontecer, quando crescer mais um pouco.
Quando ela se der conta que é preciso olharmos para dentro de nós, e sermos honestos connosco mesmo.
Vais ver que já não diz essas coisas um pouco infantis!....
 -Mas ó prima…
-Vá lá, Belinha.
Ouve o que te digo.
Também tu quando cresceres, irás aprender que é preciso ser modesto e não acharmos que só nós é que somos bons!
A isso chama-se arrogância.
É estarmos cheios de nós próprios e não querermos ver os nossos defeitos.
Há pessoas que ainda não descobriram uma coisa, que se chama modéstia.
Sabes o que isso é?
É não andarmos para aí a dizer que só nós é que somos bons!...
São pessoas que, apesar do tamanho do seu corpo, têm um cérebro pequenino.
Leram pouco, aprenderam só o que lhes fazia mais falta!...
É preciso ir mais além.
Estudar muito, durante toda a vida.

-Ó prima!
Então não há bons para um lado e maus para o outro pois não?
- Claro que não, amiguinha.
Isso só existe em cabecinhas diminuídas!

-Que bom, prima, assim é melhor.
Podemos ajudar-nos uns aos outros.
Tu, estiveste a ajudar-me!
Obrigada por isso.
 -De nada, amiguinha.

Abraço.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Está tudo avariado














É impressionante.
Estamos no mês de Março e esperam-se vinte e oito graus para hoje.
Temperatura que nem o verão às vezes tem.
Só podem estar a acontecer «avarias» neste Universo que nos dá tudo.
Dá e tira, quando muito bem lhe apetece.
A diminuição da camada de ozono pelos vistos é mesmo coisa séria.
As experiências nucleares e outras parece que se estão a reflectir nestas alterações climáticas.
O pouco cuidado com o ambiente também ajudará.
A verdade é que a seca que se tem feito sentir pode-se agravar com este calor fora de época.
É de levar ao desespero quem vive da agricultura e pecuária.
Por aqui quase apetece ir ao banho.
A praia, mesmo ao lado, espera os mais sedentos.
O fim-de-semana já deu para sacudir o mofo do Inverno e recarregar baterias.
Até o corpinho aliviou das roupagens pesadas e «sisudas» que se usam na época fria.

Vou ter saudades da minha lareira.
A quietude e a paz que sinto junto dela vão ser interrompidas por uns meses.
O ruído do mar também vai deixar saudades.

Talvez a Primavera ainda nos surpreenda.
Nada melhor poderia acontecer.

Tudo a seu tempo, como diziam os nossos avós.
.
Abraço.

domingo, 25 de março de 2012

Pau mandado













 
Desde sempre me lembro de ouvir os mais velhos fazerem de uma pessoa manobrável, a seguinte apreciação:
«Oh, aquilo? É um pau mandado»!...
Isto, dito com desdém mesmo.
Não percebi logo a ideia.
Só mais tarde quando comecei a ter a percepção das coisas e perante situações concretas, é que entendi a alusão.

É claro que um pau mandado em sentido figurado, é uma pessoa de personalidade fraca. Meio (não direi débil, porque seria demasiado forte), mas digo meio sem carácter e facilmente influenciável.
Nem sequer tem capacidade para pensar no que pode advir dos gestos que alguém lhe encomenda.

É pena.

Por acaso gosto de marionetas.
Mas têm de ser manobradas por quem sabe.
Essas, sim, proporcionam às crianças e ás vezes aos adultos, momentos felizes.

São manuseados com mestria e os seus gestos são de aplaudir, não só pela habilidade, mas também pelo fim a que se destinam.

Os paus mandados, coitados, são uns pobres diabos.
Recebem os recados e cumprem.
Felizes por mais um mandadinho.

Os mandantes, esse, ficam à espreita, tipo raposas matreiras que não se atrevem a dar a cara.

Há sempre um pau mandado à espera de mais um recado.

Fretes!...
Nos dias que correm, nesta sociedade e na nossa política é o que mais há.

Abraço.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Bate e foge















Quando era criança, lembro-me que às vezes, brincava na rua.
Éramos um grupo de amigas muito amigas e tínhamos uma série de brincadeiras que nos obrigavam a uma interacção muito positiva.
Os jogos tradicionais eram os preferidos.
A cabra cega, o jogo do descanso, a berlinda, o Ti limão o digo-dim- digo-dão, etc.
Havia sempre alguma das amigas que, quando perdia algum dos jogos e com a malandrice própria de criança, resolvia vingar-se.
Enquanto as companheiras continuavam a brincadeira, ficava a espreitar para conseguir uma oportunidade de vingança.
Então, pela calada, esperava a colega de surpresa e zás, um valente empurrão.
Como não se atrevia a encarar a outra, fugia a sete pés para não receber o troco.

A partir desse momento, ficava apelidada de bate e foge.
Esse rótulo não mais a largaria.

Neste mundo de brincadeiras com ar sério, há gente sem coluna vertebral, a quem se pode com toda a propriedade, chamar de bate e foge.
Ou, quem sabe, cobardolas de meia tigela.

Abraço.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Recordar


 










 
Recordar é o pensamento a voar.
São voos rasantes ou «loopings» vertiginosos.
Podem ser planagens tranquilas e calmas.
Momentos de descanso e descompressão.

Luz ou escuridão

Momentos felizes e compensadores.
Ou desgastantes e tristes.

Recordar pode ser o balanço que se faz da vida.
Pode ser a reflexão necessária para a paz.
Recordar pode ser um sorriso.
Uma lágrima.
Uma cor.

Recordar é viver?

Recordar é o pensamento a voar.

Abraço.

Aprender Português















O português é uma língua difícil mas de que sempre gostei.
É com alguma indignação que o vejo tão mal tratado.
Não serão muitos os portugueses que falam correctamente a língua-mãe.
Até aqueles que teriam obrigação de o fazer dão mostras de grande dificuldade.
É constrangedor ver cometer tantos erros, tanto escritos, como falados.

Pergunto-me: como é que isto é possível?
Ainda se fosse só gente do povo sem acesso ao ensino, mas gente preparada(?), como é possível?
São erros de palmatória, feitos com a descontracção da ignorância.
Nos meios de comunicação social, então, custa a aceitar!
Alguns jovens que por ali andam, dão uma imagem pouco dignificante do
papel que lhes confiam.

É incompreensível.
São pessoas acabadas de sair das faculdades!
O que andaram a fazer na escola?

Algo vai mal no reino do ensino!...

A língua de Camões merece mais

Abraço.

terça-feira, 20 de março de 2012

Relíquias













Chama-se relíquia a um objecto de culto.
A um objecto com história.
O povo, por analogia, também chama relíquia a certas coisas que estima.

Mas também usa a mesma designação, quando alguma coisa não lhe agrada.

Aí, diz de uma forma irónica:

«Aquilo é uma relíquia…».

Acho que quase toda a gente tem as suas relíquias de «estimação».

Às vezes até nem se lhes atribui qualquer valor, apenas se arrumam para ali, até caírem no esquecimento.

O tempo e o mofo se encarregarão delas.

Relíquias.

Quão sem qualidade e inesperadas ás vezes são!...

 Abraço.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Primavera
















A Primavera está pronta a dar um empurrão no seu antecessor.
Depois de três longos meses sisudos e gelados, eis que se apresenta prazerosa a dona Primavera.
Há só um problema.
Apesar do sol, está um vento frio e desagradável.
Por muito que se queira festejar a chegada da senhora, a festa tem que ser feita mais ou menos em recolhimento.
Apesar disso, a Natureza está já a mudar.
Dá gosto observar o despontar das flores, o rejuvenescer das plantas, o rebentar dos tubérculos que durante alguns meses se mantiveram escondidos e protegidos pela terra.
Tudo começa a ter cor.
Até parece que o arco-íris desceu à Terra.
Há ainda vestígios do Inverno.
As cameleiras, por exemplo, mantêm-se firmes na mãe árvore, mas já com um semblante triste de quem perdeu o viço da juventude.
As folhas, essas, ainda rebolam e esvoaçam como que sem rumo definido
Os ramos mostram-se ainda meio despidos, mas com promessa de «roupagem».

A Natureza é assim.
Não perdoa.
Só há que aceitar os ciclos.

Primavera.
A Estação do renascimento.
Da vida.

Bem-vinda, Primavera.

Abraço. 

domingo, 18 de março de 2012

Vamos sair?













Fiz a pergunta, porque hoje precisei de incentivo.
Talvez porque o dia está meio nublado, a temperatura desceu e está-se muito bem na minha pequena mas aconchegante salinha
Na lareira, o lume crepita.
Lá fora está um ventinho pouco simpático.
Daí, esta modorra boa e quente.
Também é preciso às vezes.
Está um daqueles dias em que me apetece ficar enroscada a fazer ronrom, na companhia dos meus felinos.
Quando quase mecanicamente, peguei no meu portátil, pensei que se calhar hoje não me apetecia escrever.
Não viria mal nenhum ao mundo se isso acontecesse.
Só que o «bichinho» já cá está e olha, dei comigo a debitar o que no momento estava a pensar.
Aliás, como sempre.
Só consigo escrever o que me sai de dentro.
Seria impensável pôr-me para aqui a inventar balelas e inverdades.
Hoje por exemplo, não tenho um tema concreto, apenas me apetece escrever qualquer coisa e dizer que estou aqui.

Olha!
Um telefonema alterou os planos.

Vamos mesmo sair
Vale a pena alterar o que em princípio seria uma tarde no quente.
Há convívios que valem a pena

Abraço. 

sábado, 17 de março de 2012

Ler e perceber


 









 

Ao ler qualquer texto que nos passe pelos olhos é necessário no mínimo, percebê-lo.
Acontece que nem sempre assim é.
Ou porque o texto é demasiado denso ou porque quem escreveu não se expressou bem ou simplesmente porque não estamos preparados para interpretar.
Penso eu, que a falta de hábitos de leitura, poderá estar na base desta nossa falha.
.
Acontece neste caso, que simplesmente não entendemos o verdadeiro sentido do que lemos.
Mais.
Poderemos fazer interpretações erradas e, às vezes, induzir em erro outras pessoas.

A falta de leitura, é sem dúvida uma falha na nossa formação.

As escolas deveriam incentivar esta actividade como prioritária.
Ler, interpretar, ler, interpretar!...

Ler só, qualquer um sabe.
Compreender o que se lê, às vezes é bem mais complicado.
A iliteracia também passa por aqui.
Não saber com rigor interpretar um texto que nos passe pelos olhos.

Daí, as escolas terem um papel tão importante e responsável no incentivo desta actividade.

 Talvez assim, nos entendêssemos todos melhor, quem sabe?
 
Abraço.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Olhando o céu














Neste sítio de paz em que vivo, é possível olhar e ver.
Neste caso, olhar o céu e darmo-nos conta de que ele nos devolve imagens.
Imagens nunca vistas noutro lugar.
As nuvens formam figuras que nos sugerem imensas coisas.
Desde formas humanas, a formas de animais a paisagens!...
É engraçado, gosto de perder (ou ganhar?) algum tempo, a observar.
Também já me dei conta de que nem sempre as mesmas imagens se apresentam com a mesma forma para diferentes pessoas.
Dependerá da imaginação?
Não sei.
Mas que é curioso é.
É bom ter espaço no cérebro para pequenas grandes coisas que nos prendem.
É bom ter sensibilidade.

Aqui afastada do bulício dos meios urbanos, existem estas oportunidades.
Coisa que a muita gente pode parecer de somenos importância.
Perspectivas de vida.
Aqui, gosto do que vejo.

A natureza é muito rica mesmo!...

Abraço.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Confirmo
















Sim, confirmo que exercício é saúde.

Hoje foi dia de visitar a minha médica de longos anos.
Mulher experiente e com traquejo.
Fui munida de uma caterva de exames, para que ela desse o seu veredicto
Não ia nervosa.
Quase tinha a certeza de que tudo estaria bem.
E estava, felizmente.
Levei um elogio.
Até o electrocardiograma de esforço!
Esforço à séria!...
«Você trabalha para isto».
Estava a referir-se ao ginásio, mas não só.
A alimentação regrada e a vida calma que tento levar também ajudam.

É claro que ás vezes há interferências negativas.
Coisas sem importância que se ultrapassam com duas horas de movimento controlado por quem sabe.

Estou contente.
Tudo muito bem.
Com ginásio e com o mínimo de medicação.
Cada vez mais me convenço: exercício é saúde.
E que somos nós os mais beneficiados.

Abaixo o sedentarismo, o sofá da sala e a preguicite aguda.
Viva o movimento sem stress.

E um sorriso, também ajuda!...

Abraço.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Mas as crianças, Senhor!...













Suíça, um país civilizado e desenvolvido.
Um país onde a qualidade de vida é acima da média.
Onde a preocupação com a educação é prioridade.
Onde a beleza natural convida a sonhar.
E foi exactamente ao regressarem dum local de sonho que aconteceu.

Vinte e duas crianças ficaram sem vida.
Crianças belgas em viagem de férias.
É arrepiante.
É até difícil aceitar.
Ninguém merece.
Mas as crianças?
As crianças são o futuro, são a inocência, são o melhor do Mundo!

O que se terá passado?
O que originou esta tragédia?

Porque mereceram estas crianças um fim tão horrível?

Será que o destino existe?

Porquê as crianças, Senhor?

Abraço. 

terça-feira, 13 de março de 2012

Poesia













Para mim, poesia pode ser… um momento bonito.
Um momento que pela sua beleza, pela sua ternura, me sensibilize.
Me encante e me faça sentir bem.

Aconteceu-me hoje no ginásio.
Enquanto fazia um exercício junto da ampla vidraça, eis que uma ave minúscula se juntou a mim.
Do lado de fora, claro.
Ficou largos momentos a olhar ao mesmo tempo que picava no vidro como que a querer entrar em diálogo.
Observei embevecida aquela aparição.
Apeteceu-me partilhar com alguém aquele momento de paz.
Em silêncio, fiz sinal ao António, meu professor.
Aproximou-se.
Creio que também ele gostou do que viu.
Parou em frente à vidraça e sorriu.
Pedi desculpa por o ter importunado.
Respondeu de imediato:
«Também gosto da natureza e gosto de pássaros.
 Se calhar também precisa de exercício!»
O António é um rapaz jovem, muito fora do comum para a época e deve trazer o cérebro cheio de teorias do desporto.
Acaba o mestrado este ano.
Contudo, a sensibilidade não lhe passou ao lado.
E outras pessoas vieram admirar o momento.

Afinal, esta vida não é só a preto.
Tem cores várias, que nos remetem às vezes para junto do arco-íris.

Aquela avezinha, com uma aparência insignificante, passou para dentro do ginásio as suas boas energias.

A Primavera está mesmo a chegar!

Abraço.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Inverno primaveril













Este fim de Inverno primaveril com laivos de Verão, enche-nos de vontade de dar uma reviravolta a tudo o que durante meses quase não mexeu.
Este ano frio e seco reteve-nos demasiado tempo entre quatro paredes.
Apesar do sol que tem estado sempre presente, o ar gelado que se tem feito sentir deixou-nos encolhidos com o nariz no quente.

Agora com as temperaturas a subir, dá gosto dar uma geral em tudo.
Incluindo nós próprios.

Abrir portas, janelas, limpar, rearrumar e, se for possível, transformar o que já nos cansou.

Sem dúvida que dá algum trabalho, mas compensa.
É com prazer que o nosso espaço interior e exterior aparece renovado e com uma maquilhagem fresca e atractiva: «civilizado», como já alguém disse.
Começa a apetecer sentar ao sol e, para lá de outras coisas, observar a agitação das aves.
O ritual do acasalamento aí está em grande.
Gosto de observar o comportamento meio coquete meio exibicionista destes seres.
Elas esvoaçam, elas soltam pios estridentes e alegres, num corrupio imparável e feliz    

Também os humanos, à sua maneira, precisam de sentir renovação e mudança.
 De sentirem que a vida não é inerte.
Que a vida é feita de movimento e inovação.

 Bem-vinda, Primavera.
 O teu sol é fonte de vida.

Abraço.

Ser livre













Gosto de me sentir livre.
Detesto que me controlem.
Que me ponham amarras.
Não sou manipulável.
Aceito de bom grado, uma opinião amiga e franca.
Uma crítica construtiva.
Uma chamada de atenção correcta e educada.
Nunca um ralhete.
Muito menos com ameaças veladas.

Ainda tenho gravados os efeitos da censura.
Para o lixo o lápis vermelho!
Abomino mordaças.                                                                                                              

Tenho desprezo pelos censores.
«Vemos, ouvimos e lemos / Não podemos ignorar»... 

Não ter vontade própria, ser telecomandado, é característica que não faz parte do meu carácter.
Esse papel fica para os fracos.
Para os inseguros.
Aqueles que não conseguem analisar e ter uma linha de pensamento clara e firme.

Gosto de ser livre, sim.

Como os pássaros que, com o cheirinho da Primavera, cantam e voam felizes e enamorados.
Como a água que corre cantarolando, de fraga em fraga.
Gosto de ser livre como o vento.
Que assobia de raiva ou sopra baixinho quase em silêncio.
Como a chuva que, sem destino, escorre pelos penhascos que ladeiam os caminhos.

Gosto de amar a liberdade.
E deixa que a mesma seja saboreada.

Abraço.

domingo, 11 de março de 2012

Escrita













Escrever para mim, às vezes é uma forma de partilha.
Partilha dos bons e menos bons momentos dos meus dias e da minha vida.
Escrever será também por gostar de dissertar sobre os temas actuais do meu país.
Como já deu para ver, sou muito atenta e crítica.
Gosto de observar e aplaudir ou indignar-me.
Gosto de brincar com as situações e às vezes ironizar.
Gosto de recordar o passado que me deu alegrias e algumas grandes tristezas.
Gosto de escrever, pronto.
Ao escrever, sinto que me torno numa pessoa mais completa e madura.
É claro que tenho consciência das minhas limitações.
Mas claro que sem complexos.
Sou apenas uma amadora consciente do que me rodeia.

Foi para isso que este blogue nasceu.
Faço ideia de continuar a alimentá-lo.
É um modo de participar de uma forma activa no que me rodeia.
É um modo de me manter viva de uma forma digna.
É uma forma de fazer uma pequena catarse do meu passado e também de uma certa maneira, dar a conhecer.
E, quem sabe também, de aprender a conhecer-me um pouco melhor

Só num caso de força maior, deixarei de o fazer.

Gosto muito de todos os que me apreciam e tolero os que, mesmo não me apreciando, se dão ao trabalho de me visitar.

Abraço.

quinta-feira, 8 de março de 2012

É bom ter um ombro












  

Nesta sociedade agressiva e indiferente em que vivemos, onde as pessoas se habituaram a viver isoladas e egoisticamente centradas em si, não é de estranhar que nos cheguem todos os dias notícias de idosos que morrem ao abandono, sem que ninguém lhes note a falta.

Pobre sociedade, ao que chegaste!...
Deixou de ter importância a cultura da amizade.
Da partilha.
Do espírito de família.
Da proximidade e do convívio desinteressado.
Que grande falta de alicerces para que se construa um futuro melhor.

Em contrapartida, temos à disposição toda a espécie de meios virtuais.
Para que nos contactemos.
Um contacto à distância e frio.
Que nem por sombras substitui o contacto físico e quente que uns olhos ou um abraço podem transmitir.
Nem tão pouco à distância se podem detectar carências afectivas ou outras.

É claro que estes meios são necessários.
Em matéria de evolução e avanço tecnológico, foi um grande passo.
Não podem nem devem é substituir nada que diga respeito ao contacto directo.
Esse, sim, aquece e dá confiança.

É preciso que se retomem os hábitos de inter-ajuda.
Um ombro, às vezes é meio caminho andado para que se evitem as situações desumanas a que temos vindo a assistir.

Abraço.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Uma pequena distracção













Estou a pensar concretamente, num caso recente e que escandalizou a maioria dos Portugueses.
O nosso Presidente da República distraiu-se.
Ele, sempre tão contido, sempre tão controlado e prudente, esqueceu-se de repente que estava a ser ouvido.
Distraiu-se, pronto.
Sem pensar, desmanchou a pose.
Queixou-se ao Povo Português de que as suas reformas não lhe davam para as despesas.
Sim, a esse povo que está de tanga e feito em fanicos.
A esse povo sem trabalho, nem perspectivas.
A esse povo a quem convidam a emigrar, por acharem que está a mais.
Desmanchou-se todo o senhor, coitado!...
Esqueceu de repente de que quem o ouvia tem sentimentos.
E que quem não se sente não é filho de boa gente.
Distraiu-se mesmo.
Não se lembrou das poses que utiliza quando anda por aí a vender a imagem.
Distracção danada!...
Como é que foi acontecer isto com ele?
Ficou sem face sua excelência.
Sim, aquela face a que nos habituou.
De pessoa justa, sensível e com bom senso.

A meu ver, o senhor Presidente desmanchou o «boneco».
Suicidou-se.
Sujou a imagem.
No futuro, sempre que aparecer, sujeita-se a uma onda de críticas.
Ficava-lhe bem retratar-se.
Pedir desculpa.
Pareceria, assim, uma pessoa normal!...
Ao fim e ao cabo, os presidentes também erram!

Ele há distracções!...
  
E bonecos!!!.

Abraço.

terça-feira, 6 de março de 2012

A rês





As crianças mais que ninguém, absorvem tudo o que ouvem.
Lembro-me que, quando era miúda, ouvia as pessoas dizerem:
«Aquilo» é uma rês!...

Isto sempre que se tratava de gente ruim, vingativa, rancorosa e mal-formada.

Fixei esta expressão.
Logo, logo, não percebi o alcance.
Só mais tarde relacionei.
De facto, o povo pouco se engana nos seus ditos populares.
Esta designação ainda hoje assenta que nem ginjas, a uma certa espécie que por aí vagueia.
Vivem empedernidos, presos ao ódio e à raiva, com a cabeça entre as orelhas, como se o tempo e a civilização, não tivessem passado por eles.
A vida não lhes ensinou nada.
Perderam imenso tempo a tentar ser alguém e ficaram-se pela tentativa de sê-lo.
Incapacidades que nem o tempo conseguiu vencer.
Cérebros incapazes de dar a volta aos ímpetos empedernidos e fossilizados.
É pena.
As oportunidades deveriam ser aproveitadas.
Mas afinal, nem sempre o são.

Tempo perdido!
  
Abraço.  

segunda-feira, 5 de março de 2012

Como dizer?
















Ás vezes é difícil perceber atitudes e actuações.
Ás vezes é difícil passar para fora o que nos vai no pensamento.
Ás vezes é difícil perceber os porquês das situações.
Enigmático não é?
Pois, há coisas que não dá para esmiuçar.
Ficam nas entrelinhas e com a minha e não só, indignação.
Há situações que nos mostram com clareza a faceta despudorada e sem dignidade de alguns seres que vagueiam por aí, pensando que são gente.

Para compensar, existem outros cuja dignidade está acima de atitudes desqualificadas e sem nome.
É uma dessas Pessoas que merece sempre, mas hoje em especial, um abraço com beijinhos especiais, pela pessoa que é e pela dignidade das suas atitudes.

Para o meu marido de sempre.
Parabéns com todo o amor que merece.
Pelo dia e pela dignidade e coerência de sempre.

Parabéns, amor. Bji.

domingo, 4 de março de 2012

Travessia do deserto














Costuma apelidar-se de travessia do deserto uma situação complicada, difícil de aceitar e ultrapassar.
Por exemplo, esta crise que nos está a dar água pelas barbas e cujo fim não se prevê para breve.
Mas há outras travessias do deserto.
Na nossa vida pessoal e profissional, acontecem situações que nos levam a sentir isso mesmo.
Acontece sentirmo-nos perdidos e sem rumo.
Sem perspectivas e sem saída.
São às vezes caminhos longos que temos que percorrer.
São penosos e com tendência ao desânimo.
Penso muitas vezes nas famílias que, por via da crise, estão a atravessar dificuldades enormes e talvez nunca pensadas.
Penso no pesadelo que será quando o casal cai no desemprego.
Penso na angústia que sentirão, por não conseguirem cumprir com os compromissos assumidos.
Penso como deve ser duro, não terem como pôr na mesa o mínimo suficiente para poderem sobreviver.
Da humilhação que será ter que assumir perante outros a impotência para sair dessa situação.   
Terem que mendigar ajuda.
De o fazer quase às escondidas e com vergonha.
Com o coração a sangrar e com as lágrimas contidas.

Travessia do deserto mesmo.
Travessia dolorosa e constrangedora.

É um mundo cruel, este em que vivemos.
Um mundo materialista e insensível.
De egoísmos e ambições desmedidas.
O ser humano merecerá tanta provação?
É humilhante mesmo!
O que será preciso para que haja mais equidade na sociedade?

Abraço.

Voltei














Depois de uma pequena paragem, cá estou eu de volta.
É mesmo verdade o que se costuma dizer.
No início«estranha-se, mas depois entranha-se».
Foi o que aconteceu comigo, em relação a este espaço mais ou menos íntimo, que criei com este blogue.
Não é que senti mesmo a falta?
Dei comigo sem saber como dar vazão aos convites que o meu cérebro me ia fazendo.
Este momento aqui de mim para mim, foi mais difícil sem este meio para comunicar.
Pareceu-me até que deixei de ter a criatividade que agrada a alguns e provavelmente desagradará a outros.
Senti que estava mais só, ainda que acompanhada.
Senti que este espaço me é mesmo útil.
Viver sem ele foi como que amputarem-me um pouco do cérebro.
Foi como que arrecadar sofregamente o que poderia ter sido partilhado como gosto de fazer.
Bom, ainda bem que o problema técnico que me aconteceu foi finalmente resolvido.

É a factura que se paga por ter em casa quatro felinos felizes e brincalhões.
Um ecrã foi à vida.
Mas já voltou.

Abraço.  

sábado, 3 de março de 2012

Intervalo

Não tem havido blog, esta semana.
Houve para aqui uns problemas técnicos.
Mas a partir de amanhã, domingo, espero que a coisa recomece com normalidade.