sábado, 31 de dezembro de 2011

Conviver é saudável


















No mundo louco em que vivemos, o convívio são é coisa a que poucos dão importância.
O que interessa à maioria é o ruído.
De preferência aquele bem gritado.
E em que todos falam e ninguém se ouve.
Já passou a época em que, famílias e amigos se juntavam e aí sim, havia convívio.
As conversas fluíam, tinham sentido e todos nós éramos interesse e ouvidos.
As ideias saltavam rápidas, quase primeiro que as palavras.
Em que todo o tempo era pouco para estarmos juntos.
Esse tempo passou de moda.
Agora não se convive, anda-se ao molho a tentar enganar a ausência de conteúdos.

Há também quem quase abomine a presença de outros.
Sentem como que uma alergia que provoca brotueja…
Fecham-se que nem bichinhos.
As suas quatro paredes são o seu mundo.
Temos ainda os que se entregam todo o santo dia e noite, às novas tecnologias.
Sem elas acho que a vida não teria sentido.
Comunicam desta maneira.
Fria.
Distante, escondendo a face.
E o calor humano.
Que não existe.
O toque.
A proximidade.
A ternura.
O que é isso, perguntarão!...
A ausência destas necessidades é substituída pelas teclas.

Clicar.

É a palavra de ordem dos tempos modernos.
Tudo o mais é demais.

Neste contexto gelado, desapareceram o convívio, as saudosas tertúlias.
Os grupos de amigos.

Que gelado que está este ambiente!
As pessoas fazem falta.
Os olhos, as mãos, os braços, o calor humano são indispensáveis para aconchegar amizades.

Que pena andarmos todos tão entorpecidos!...

Abraço.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Separar as Águas












Separar as águas às vezes é complicado.
A verdade é que se impõe que o façamos.
Nesta vida cheia de prós e contras, cheia de positivos e negativos, somos muitas vezes obrigados a separar o trigo do joio.
Tentar ignorar situações, relevar outras e avançar com a consciência de quem anda neste mundo por bem.
De quem não maquina nada para que a vida de alguém seja menos boa.
De quem gostaria de poder mudar o Mundo, embora saiba que não é possível.
Separar as águas nem sempre é fácil.
Mas é importante.
Para que tudo seja linear e limpo.
É preciso limpar o espaço que nos envolve.
E despoluir, despoluir, para que vivamos melhor.
Teremos assim, sem dúvida, uma maior tranquilidade e qualidade de vida. 

É preciso separar as águas.

Abraço.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Este ano está a esgotar-se













Dois mil e onze está mesmo a escapulir-se.
Foi para muitos um ano difícil.
Cheio de notícias difíceis de digerir.
Cheio de apertos de cinto, até esgotar os furos.
Cheio de surpresas que abanaram o resto da já pouca estabilidade, da maioria dos Portugueses.
Para quem a teve, restou a saúde.
Que bom que é ter saúde.
O dinheiro, as regalias, não são nada se a saúde faltar.
É só uma questão de reaprender a viver.
E se calhar estava na hora.
Os excessos e a ilusão de que éramos ricos, não foi o melhor caminho.
Há que repensar a vida e recomeçar mais moderadamente.
O pouco que possamos ter será muito, se for o suficiente para se conseguir uma vida digna.
E dignidade não é de certeza dinheiro.

Um Bom Ano com toda a saúde do mundo.

Boas Festas.

Abraço. 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O mar com espírito natalício













O espírito natalício apoderou-se do oceano.
A calma enternecedora com que tem estado é quase comovente.
Não mexe.
Só balança, leve e suave.
Como que a dizer a quem o visita que o tempo é de paz.
Que o tempo é de ternura e de solidariedade.
Todo ele está revestido de amizade.
Com ar de gigante paciente, convida à reflexão e à contemplação.
Um pai bondoso não faria melhor.
Acolhe os filhos que o visitam e embala-os no seu berço infinito, como que reconfortando-os e amparando-os.

Um consolo, este mar imenso.
Um conforto e uma companhia que não falha os mimos na hora exacta. 
É uma época festiva sim.
E o mar reconhece-a.
Reconhece-a e aplaude-a com a sua calma bonacheirona de gigantão

Até quando, comandante das águas e dos ventos?
O fim de ano é já «amanhã»!...


Abraço.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Almoço a dois
















A noite já foi e o dia está a esgotar-se.
Lenta e calmamente o natal escapa-se noite dentro.
Balanço feito, correu bem este Natal.
Depois de uma consoada tradicional e quentinha, sem faltarem as filhós à moda da terra e as couves com o delicioso bacalhau, foi o apreciar da lareira de que tanto gostamos, em amena cavaqueira.
Hoje, dia vinte e cinco, decidimo-nos por um almoço tranquilo e com alguma poesia e criatividade.
Com velas e tudo.
É preciso recriar a vida de vez em quando.
O borrego assado no forno com batatinhas miúdas estava uma pequena delícia.
A salada de frutas – nem se fala.
O creme de ovos torrado fez as nossas delícias.
Tudo, diga-se de passagem, com alguma parcimónia.
É preciso cuidar da saúde.
Ah! E tudo biológico e caseiro.

Chegou o momento de partilhar um pouco do nosso tempo.

Um grupo de familiares e amigos, esperava-nos e recebeu-nos com amizade e afecto.
Foi bom sentir o calor humano que nos foi dirigido.
Foi boa a troca de mimos tão necessários nos tempos que correm.

Depois daqueles momentos saborosos, esperava-nos o nosso aconchego.
Lareira acolhedora, continuámos o serão até o cansaço chegar.

É bom ter esta vida calma que nos preenche.
Continuarei a dizer obrigada à vida.

Abraço.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Calar o pensamento
















É difícil calar o pensamento.
Tem raízes muito fundas.
Só que ás vezes é preciso.
Nem que tenhamos que nos torcer todos.
E depois, lá diz o ditado, o calado diz tudo.
Nem sempre dizer o que se pensa é o mais sensato.
Embora fervilhem ideias e vontade de as expressar, o mais correcto é ficarem arquivadas.
É preciso refrear vontades e imaginações «férteis».
Puxar pelo melhor de nós.
E tentar não dar importância.
Os desencantos, as revoltas e as desilusões, nem sempre podem tomar conta de nós.
De cabeça erguida, é necessário ser maior.

Estamos num momento em que é preciso respeitar a festa «da família».
Fazermos de conta que está tudo bem.
Tudo muito bem.

Peço desculpa pela linguagem meio cifrada que usei hoje.
Não é muito o meu estilo, foi a forma de não ficar calada.

E fez-me bem.

Boas festas

Abraço.  

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Não é ainda o Natal a festa da família?
















Desde sempre me disseram que o Natal era a festa da família.
Desde sempre também, foi preocupação da maioria das pessoas preparar atempadamente a reunião familiar, sempre tão esperada.
Os que estão longe procuraram sempre conseguir mais um ou dois dias para prolongarem a reunião.
Quer fizesse sol, chuva ou gelo, lá se formavam filas imensas de carros para a festa da consoada.
Milhares de quilómetros percorridos com alegria e pressa de chegar.
Este ano como se não bastasse a redução do subsídio, nem um diazinho para alegrar as massas.
Este governo em exercício, cheira-me que ou não lhe interessa manter a tradição, ou as reuniões familiares os entediam muito.
Deve achar que os laços de família estão melhores que nunca, portanto não há necessidade de andar com convívios.
Que se comuniquem pelo facebook, pelo messenger e outros meios virtuais.
A proximidade em demasia pode provocar contágios que irão ficar caros à saúde.
É preciso trabalhar para não desequilibrar as contas, que já de si estão difíceis.
Essa mesurice dos abraços e beijinhos em pessoa… não é saudável.
Á distância, á distância, agora cá proximidades!
 
Depois, para que é que é preciso manter tradições?
Velharias já cá há demais! …

Puxem pelos skypes e outras modernices e não refilem.
Não estamos na era da informática?..

Deixem-se de lamechices - e isoladinhos, isoladinhos, que fiam muito bem!...

Bom fim-de-semana.

 Abraço

domingo, 18 de dezembro de 2011

Os animais da minha infância















Uma gata, uma cadela e um burro.

Sempre fui louca por animais.
Desejei muito ter um cão, um gato e um burro.
Houve apenas um «pequeno…» pormenor.

Lá em casa só me foi permitido ter uma gata.
Penso que era mais para apanhar algum ratito que haveria no sótão.
Era uma gata estimada.
No inverno, quando podia, ia pé-ante-pé, meter-se dentro do meu quarto, e enfiar-se debaixo dos cobertores quentes.
Quando a minha mãe dava conta, é que era um sarilho...
Aí ela ficava a dormir no tapete do lado de fora da porta do meu quarto.
Só que nós normalmente, ganhávamos a «guerra» com umas batotas pelo meio…
E arranjávamos maneira de distrair a minha mãe.

Seguia-me para todo o lado, mais parecia um cãozito.

Quanto aos restantes pedidos, não passaram disso.
Procurei colmatar a falta de um cão, com uma cadela deliciosa que havia em casa da minha avó materna.
Era linda, meiga, e chamava-se Coimbra.
Não sei que idade teria quando tiveram que a abater, estava muito velhinha e doente.
Teve que ser alguém com sangue-frio a fazê-lo.
Ficámos todos, miúdos e graúdos, muito consternados.
A Coimbra fazia parte da família

Burros.

Adorava burros.
Como lá em casa também não havia, eu passava o tempo a pedir às vizinhas que me deixassem dar uma volta nos animais, à tarde, depois do dia de trabalho, já cansados das tarefas do campo.
Nunca me diziam que não.
Meu pai, talvez porque lhe custasse aquela situação, não foi de modas:
Comprou-me um.
Achei mais tarde que foi uma demonstração de amizade demasiado grande.
Ele não precisava do animal para nada, comprou-o apenas para me dar aquele prazer.

Fez esse negócio com um cigano a troco não sei de quê.
Acho que foi a prenda da minha vida.
Até que um dia o burro, sem razão aparente, deu dois coices e pumba, atirou-me ao chão.
Pronto, acabou-se o animal tão desejado.
Meu pai temeu coisa pior para a sua menina e devolveu-o à procedência.
Aceitei o gesto, com muita pena.

Ainda hoje me derreto com todos os animais que me passam pela frente e sofro imenso quando sei que são maltratados ou mesmo mal tratados.

Cá os de casa têm mimo de mais.
São amigos fiéis e incondicionais.

Não traem como alguns humanos!

Abraço.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Donde vem tanta água?





Zum!...zum!...zum!...
Eram as ondas.
Uma, duas, três, quatro…pum!...

-Ó Dulce, donde vem tanta água?

Enquanto trabalhadora da educação, fui muitas vezes confrontada com perguntas com algum grau de dificuldade e tinha que ter sempre resposta pronta.
Neste caso, fiquei surpreendida.
Não era propriamente uma criança que me estava a questionar.
Era sim uma pessoa adulta.
Uma pessoa que, pensaria eu, não estaria interessada em temas como este.

Daí a minha surpresa.

Curioso.
Como sair disto?

Tentei brincar com a situação e rapidamente pensei que teria de arranjar uma resposta simples.
Lembrei-me de uma história que muitas vezes contei e encantou os pequeninos que a ouviram: A Menina Gotinha de Água.

Uma história muito bonita que, para a idade pré-escolar a quem se dirige, explica com simplicidade e graça o ciclo da água.
Resolvi ir por aí para não complicar.

Penso que no caso concreto satisfiz, na medida do possível, a curiosidade daquele adulto pouco letrado e intrigado.

Zum…zum…zum…
Uma, duas, três…
Pum!

-De onde vem tanta água Dulce?

Abraço.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

As noites mais longas
















Por estranho que pareça, gosto de noites longas.
As de Inverno.
De Dezembro.
Frias e chuvosas de preferência.
Este tempo aconchega-me.
Dá-me calor.
E não estou a falar no calor da lareira, que também aprecio muito.
Mas de um calor interno e doce.
Também às vezes me põe meio nostálgica.
Mas diria que é uma nostalgia boa.
É neste período do ano, em que a noite entra por nós dentro sem licença prévia, que sinto mais saudades do ninho que me deu origem.
Dos sorrisos de ternura dos que já não estão comigo.
Dos gestos de amizade.
Da convivência sã e leal.
Do ombro que me amparava sempre.
Da conversa amiga.
Da forma de viver simples e sem pretensões desmedidas.

Não conseguirei nunca, deixar de ser uma saudosa do meu passado.

Sem esquecer os momentos menos bons por que passei, não consigo esquecer todos os bons que me foram oferecidos.
Considero que, apesar de tudo, tenho sido uma privilegiada.
É bom ter saudades do passado, ter a sensibilidade à flor da pele.
É bom recolher-me de vez em quando, e recordar.
Recordar que tive um ontem que me deu muito.

A conclusão a que chego é positiva.

Obrigada à minha vida.

Abraço.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A importância do livro












Para ajudar uma criança a crescer para a vida, deve rodear-se não só de estabilidade e afecto, como dar-lhe as armas necessárias para o seu desenvolvimento.
Não só o desenvolvimento físico que é importante, mas também o psíquico e intelectual.
Para que isso aconteça, é preciso que na família e na escola, lhe sejam proporcionadas
as condições necessárias.

Quanto a mim, uma das melhores formas de ajudar, é ensiná-la a gostar de livros, para que mais tarde goste também de ler.
Todos sabemos que é nos livros que bebemos sabedoria e esclarecimento
Por isso é preciso transformar o livro num objecto importante.
É preciso que esse gosto se adquira ainda em criança, para que se enraíze mais facilmente.

Ensiná-la a manuseá-lo, a estimá-lo e a entusiasmar-se com ele.

Agora, em época Natalícia, porque não oferecer um livro, em vez de mais um brinquedo que se irá juntar a tantos outros que por lá haverá?...
Há histórias didácticas, de bons autores e muito bonitas

Uma visita a uma boa livraria, apresentará de certeza algumas boas hipóteses.

Fica a sugestão.

Abraço.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

E o muro era espuma















Um muro gigante de espuma ergueu-se à minha frente.
Não.
Não era o Muro de Berlim de má memória.
Era um muro de água transformado em espuma, que convidava à liberdade.
Convidava a trepar e a viajar!...
Eu, «estrigueirada» na sua espuma fofa e branca de neve!...
Olhos fechados e a deixar-me baloiçar.
Sonhar sem medos.
Neste País, onde tudo se paga com impostos proibitivos, ter esta maravilha da Natureza aqui ao lado, não deixa de ser uma prenda.
Uma bonita prenda de Natal.
E tranquila.
Não se adquire é em nenhuma superfície comercial.
Para quem gosta de se «intoxicar», convenhamos que deveria ser uma prenda frustrante!
O silêncio é o único que se ouve, para lá do marulhar das ondas.
Ai, se eu fosse peixe!
Faria, de vez em quando, umas viagens, no mínimo, de sonho.
Para cima… e para baixo… ao sabor das vagas, que me levariam para mundos fantásticos, exclusivos e … radicais?...

Loucuras minhas!...

Abraço. 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Imaginário












É uma escarpa gigante, que com altivez se perfila na Praia da Foz.
Ao olhá-la não posso deixar de pensar num Paquete ancorado, descansando de uma longa viagem pelo mundo.
O remate do seu perfil faz-me lembrar uma quilha.
Daí que a «mola» da imaginação se solte.
A seus pés, para lá de estar o mar, tem um tapete de rochas rendilhadas, que nem o mais habilidoso artista conseguiria reproduzir.
Eu diria que é luxuoso aquele tapete.
Não fora a textura rugosa e agreste que o tempo se encarregou de esculpir, eu acharia que, pela minúcia luxuriante dos desenhos, seria um tapete para receber os passageiros a bordo.
Nada disso.
Apenas imaginação minha (fértil? Que bom.).

É um tapete, sim, mas para receber o povo comum que para seu deleite, ou simplesmente para angariar o sustento (abençoados peixinhos), todos os dias se desloca àquele lugar calmo, belo e tão simplesmente acolhedor.

Quando tranquilamente se descansa o olhar nestas paisagens, é impossível ficar de cérebro vazio e parado.
Diria que somos ultrapassados por nós mesmos.

E que bom que é ainda haver lugar para o sonho, ainda que em ficção.

Abraço.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Espelho, espelho meu!...














O dia esteve frio e chuvoso.
Numa saída a meio do dia para «lavar» o cérebro, dei comigo a olhar o mar!
Ao fundo daquela colina íngreme, a vila de Sesimbra.
O casario que se estende por ela abaixo, beija o mar que se estende preguiçoso.
Quase por milagre, o sol fez uma aparição inesperada, presenteando-me com uma paisagem deslumbrante.
Ao de cima das águas longas e mansas, os seus raios, de um brilho intenso, faziam daquela superfície um espelho gigante que nos ofuscava o olhar.

«Espelho, espelho meu, haverá alguém no mundo mais belo do que eu?»

Por certo (digo eu), não.

Apeteceu-me descer do carro e correr a mirar-me naquele espelho de cristal azulado.
Um dia frio e de chuva, mas com microclimas que compensam.

É sempre agradável este inverno (?) à beira-mar.

Ainda que tenha de ser visto à lareira, ou dentro dum pequeno carro.

Abraço.    

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Natal, Natal!











Desde que me conheço, só duas vezes não passámos o natal na terra onde nascemos.
Foi em setenta e dois e setenta e três.
Estávamos em Buco-Zau, Cabinda, no «mato».
«Cumpríamos então o serviço militar», a que o meu marido fora obrigado.
Foi difícil.
Nunca tinha acontecido antes.
Sabíamos que a minha mãe estava sozinha e com muitas saudades nossas.
Ainda assim, as filhós e outras iguarias possíveis, não esqueceram.
Com a ventoinha ligada no máximo, lá saiu tudo e foi com amizade que se comeu e partilhou com quem quis aparecer.
E foram bastantes.
É claro que teve um sabor nunca antes experimentado, mas com a camaradagem que havia, gestos de amizade não faltaram.

Só com uma força de vontade grande, imaginámos o Natal das nossas terras.

Este que se aproxima, reuniu todos os condimentos para ser igualmente diferente.

Há circunstâncias que nos levam a inverter caminhos e a fazer o contrário do que sempre fizemos.

Não é fácil a decisão.
Sabemos que iremos sentir o Natal de forma diferente.

Foi contudo a decisão mais sensata e tranquila.
Às vezes chega-se à conclusão que nem sempre a boa vontade é suficiente.
Tentaremos passá-lo o melhor possível.
Com afecto e o máximo de paz.  

Um bom Natal para todos.

Abraço. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Noite de Paz












Tudo se encaminha devagar, em direcção à noite mágica.
Nas casas.
Nas ruas.
Nas montras.
Já começa a ver-se luz.

Difícil, é iluminar o sorriso.
É preciso ensaiar a pose.
É preciso que todos sorriam!

Que todos se juntem, também é preciso.
Que se faça a festa.
Com ou sem alegria.
Com bacalhau.
Com filhós.
Ah
E doces, muitos doces.
Ainda que à mistura com todos esses cheiros, se misture o cheiro gélido dos corações.
Da desilusão.
Do disfarce para ocultar o óbvio.

É a noite da magia.
É a noite da paz.

Devia ser mais uma noite do amor.
Do amor sério e sereno.

Há um pormenor.
Os olhos não enganam.

Impossível esconder o desencanto.

A verdade é demasiado dura.

Abraço.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O meu presépio












Cá em casa nunca foi habitual fazer presépio.
Enfeitávamos uma árvore que temos lá fora, púnhamos uns enfeites no interior e ficávamo-nos por aí.
Este ano não sei o que nos deu.
Arrancámos com entusiasmo para um presépio no exterior.
Temos condições, e zás.
O princípio foi: fazê-lo com material de desperdício.
No sítio onde moramos há imensas hipóteses.
Socorremo-nos do que havia.
Depois de pôr a imaginação a funcionar, foi só construir (?).
Um tijolo, uma telha, umas pedras, uns verdes e uma pouca de palha e quase ficou pronto.
Apenas alguns pormenores para impermeabilizar e vai de dar alguma visibilidade à «obra».
Ficámos satisfeitos com o que criámos.
Anima o pequeno jardim e ainda que achemos que o Natal deve ser todos os dias, sempre é uma presença que nos lembra isso ainda mais.
Os vizinhos, que não estavam habituados, gostaram.
É diferente.
Os enfeites só, parece-nos mais frio.
A tradição assim, está aqui mais próxima.
Só faltam as filhós.
Se Deus quiser vamos tê-las também, à moda antiga.
 
Um abraço.

domingo, 4 de dezembro de 2011

A falta de educação é constrangedora














Mete-se comigo a falta de educação.
É revoltante assistir a situações que considero desniveladas e sem princípios.
É muito mais revoltante se os protagonistas nem sequer se dão conta!
O que também é frequente.
Aconteceu um dia destes.
Não gosto de gente que se apresenta com ar emproado, bem na vida, e até acham que o «povinho» donde vieram, não está à sua altura.
Põem-se à margem, indiferentes, arrogantes, mostrando-se ao mundo com um «inchaço», do tamanho da sua ignorância.
O que é significativo é que, atitudes destas, partem mais de pessoas que vêm de extractos baixos.
E que, mais tarde, conseguem aceder a uma vidinha que até lhes dá alguma visibilidade.
Então é fatal.
O ar emproado cresce.
As atitudes arrogantes saltam à vista desarmada.
Rodeiam-se de tudo o que as separe do meio em que nasceram.
Exibem bens materiais.
Porque outros não existem!...
Ó mundinho fútil!...
Apetece-me dizer:
- Tirem-me deste filme que esta gente não me merece!...

Sem dúvida, tenho alergia a «inchaços»!...

 Abraço.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Notícias boas










De vez em quando, muito de vez em quando, surge uma ou outra notícia feliz.
Tivemos a do fado Património cultural mundial, que nos deixou de um modo geral orgulhosos.
Hoje uma menos abrangente, mas que encheu muitos corações de alegria.
O resgate de seis pescadores, que desde terça-feira andavam à deriva no mar.
Aquelas famílias já sem esperança viram luz.
Uma luz forte e brilhante que pensaram nunca mais ver.
Os familiares que julgavam perdidos são-lhes entregues sãos e salvos.
As lágrimas de tristeza foram substituídas por outras lágrimas, mas de alegria.
O mar, desta vez, foi «vencido» pelos homens.
Por homens cheios de vontade de viver.
Sofridos, desfeitos pelo cansaço mas «temperados com aço»
A experiência de tantos anos, contou de certeza para esta luta desleal.
Ganharam.
A frágil lancha pneumática foi o refúgio.
Faltou-lhes o mais importante.
O contacto com a terra.
Porquê uma falha destas?
Não são bonecos que vão nos barcos!
São homens corajosos, que procuram o seu sustento e o dos seus.
É urgente alterar esta situação.

Abraço.