segunda-feira, 30 de maio de 2011

Escrever é liberdade












Escrever é liberdade.
É o pensamento a voar.
É dar um pouco de nós a quem queira saborear-nos.
É um acto solitário, mas rodeado de gente.
É libertação.
É alegria,
É emoção.
Às vezes dói.
É doação.
É partilha.
É vasculhar a imaginação.
É virarmo-nos do avesso.
É calarmo-nos para que os outros oiçam.
É a expressão sem grilhetas.
É o exercício da liberdade
Escrever é ficarmos libertos.
É dizer não ao silêncio que às vezes é ensurdecedor
É pôr alguém a pensar, ou não?
É a devassa de nós.
É aceitar os que não concordam com o nosso pensamento.

Abraço.

domingo, 29 de maio de 2011

Rota da Memória











Quando decidi chamar ao meu blogue Rota da Memória, foi a pensar que era uma boa oportunidade para  pôr o meu cérebro a trabalhar mais, a mantê-lo mais vivo, mais activo.
Agitá-lo e arrancar dele coisas que, premeditadamente ou não, estariam arrumadas e quase não mexiam.
Para lá de já ter feito isso algumas vezes, têm surgido temas oportunos, que me tem dado gozo tratar.
Assim, tenho constatado que o meu cérebro é muito mais rico do que eu própria pensava.
Sem falsas modéstias, tenho-me dado conta de que existe em mim alguma imaginação, alguma poesia, e espírito crítico.
A capacidade de pôr por palavras o que me vai na alma, agrada-me.
É bom para mim constatar que tenho as ideias organizadas e claras.
Não estava habituada a escrever.
Só pensava e pouco exteriorizava.
No início fiquei um pouco apreensiva.
«Não­ vou conseguir».
Era só o que pensava.
Ainda bem que me dei conta de que só foi preciso querer e gostar de escrever.
É claro que é conveniente dominar o português e a palavra escrita.
Ter muito cuidado ao escrever, ter conhecimento daquilo de que se fala e ter bom-senso.  
Ser eu própria, sem camuflagens nem hipocrisias.
Não imitar ninguém e muito menos alguns elementos da comunicação social, que todos os dias nos entram casa dentro, cada vez mais coxinhos no português.
É bom ter escapes.
É bom não ter que ocupar o tempo em ninharias de baixo nível.
É bom não ter a necessidade de me ocupar com pequenas cretinices.
É bom ter o cérebro a produzir, na medida do meu possível.
Enquanto for assim não enferruja, está limpo.

Abraço.

sábado, 28 de maio de 2011

As massas












Esta palavra massas, pode querer dizer imensas coisas.
Massas alimentícias.
Massas de pão.
Massas de bolos, etc.
Há também outra espécie de massas.
Massas humanas, aquelas que se manifestam na rua.
As que seguem os políticos aguerridamente e gritam pelos seus preferidos.
São conhecidas por massas humanas.
Essas, embora não sejam comestíveis, normalmente deixam-se «comer».
São massas moldáveis, moles, facilmente manobráveis.
Quem as molda sabe fazê-lo, tem técnica.
São moldadores sábios e habilidosos.
Conseguem dar todas as voltas necessárias para as massas ficarem no ponto e deixarem-se trincar.
Também acontece com muita frequência, que depois de bem trabalhadas, as massas
são deixadas esquecidas.
Aí, azedam.
As massas são assim.
Quando se abandonam, estragam-se.
Quem as moldou terá muita dificuldade em trabalhá-las outra vez.
Às vezes as massas deixam de ser moldáveis.

Abraço.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Exercício físico











Como penso que é do conhecimento geral, fazer exercício é necessário.
Diz quem sabe que só assim se poderá ter uma vida mais saudável.
Nestes tempos em que a maioria vive em stress e as profissões em grande parte são sedentárias, prevenir é aconselhável.
Se estivermos atentos, veremos que este assunto faz parte das preocupações de médicos e de outros profissionais ligados à saúde.
Sei que nem sempre é fácil decidir dedicar algum tempo ao exercício.
Sei também que isso exige muita força de vontade, sobretudo quando se trabalha.
Sei que custa a decidir pôr o exercício como objectivo.
Sei que depois de decidir, tem-se muitas vezes vontade de desistir.
Sei que é difícil cumprir e ser disciplinado.
Mas também sei por experiência própria que, quando se consegue tudo isto,
é um hábito bom que se entranha e sem o qual já é difícil viver.
Sem dúvida que a nossa vida melhora a todos os níveis.
Então se for aliado a uma alimentação equilibrada e saudável, atinge-se o pleno.
O nosso físico torna-se mais leve, o nosso cérebro parece que renova os neurónios,
o nosso espírito não tem espaço para teias de aranha e questões menores.
Podemos ainda acrescentar que algumas gorduras inestéticas e prejudiciais, embora lentamente, vão saindo e dando lugar a massa muscular e ossos mais fortes.
É difícil instalar a rotina, mas vale a pena, a bem da saúde.
Vencer a preguiça é um passo importante e urgente para conseguir uma melhor qualidade de vida.

Abraço.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Violência














A violência é um sentimento a condenar, seja ela qual for.
Há várias maneiras de a praticar.
Um gesto, um olhar, uma atitude, palavras ofensivas e, talvez a pior de todas, a violência física.
Está na moda ser violento.
Formas de afirmação?
Formas de deseducação?
Falta de acompanhamento familiar ou falta de preparação para o fazer?
Falta de tempo?
Falha na transmissão de princípios e valores?
Muito mais perguntas haveria para fazer.
Porquê este descontrolo?
Porque se deixam os impulsos à solta?
Fomos presenteados com mais uma cena de violência, desta vez entre jovens raparigas.
O filme foi feito por um voyeur, divertidíssimo, e introduzido no Facebook.
Chocou a opinião pública e os profissionais do ramo.
E com razão.
É de uma violência extrema.
Chocante.
 Inacreditável.
A conceituada pedopsiquiatra Ana Vasconcelos, a propósito deste caso, disse entre outras coisas, que são formas de comunicar.
Até posso perceber o ponto de vista dela.
Mas não acredito que o grande público que a ouve entenda.
Esta teoria seria indicada para explanar nas Faculdades, nunca para leigos.
Os grandes teóricos às vezes esquecem-se do povo.
Já não teve um discurso tão fechado o psiquiatra José Gameiro, que pegou o problema com menos teoria e de forma que o entendessem.
Estou de acordo com ele: é preciso saber porque é que jovens e pais, estão completamente desequilibrados – e tomar medidas.

Abraço.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Manhã morna e calma













É segunda-feira deste mês de Maio que ora se apresenta terno e doce, ora aparece de cara feia e mal-humorado.
O céu meio azul, meio cinza, está mais ou menos povoado de nuvens finas e raras que mais parecem véus de noiva longos e a tentar desaparecer no horizonte.
Aqui, onde o mar se casa com a floresta, o silêncio é rei.
Três ou quatro pequenos grupos apenas.
Têm aspecto de quem precisa de descanso, de recarregar energias.
Calmamente, uns conversam em voz baixa.
Uns, poucos, lêem.
Outros, apenas contemplam a Natureza.
Dia de descanso merecido certamente.
O ambiente convida á introspecção positiva.
Este tempo pré-férias ameno e calmo é deliciosamente agradável.
Só é interrompido com a chegada do Verão e do turismo.
Nessa época, o silêncio ouve-se menos.
É preciso recebê-los com o respeito que merecem.
O ano não terá sido fácil.
Neste momento resta-nos saborear o que se nos oferece.
E é muito, acreditem.

Abraço.

Parafusos precisam-se






Há pequenas estórias do dia a dia, que nos fazem pensar.
Algumas, insólitas que são, apanham-nos de surpresa e fazem-nos rir a bandeiras despregadas.
Outras, pela falta de responsabilidade que denotam, deixam-nos a pensar.
Anda uma cidadã a passear tranquilamente em Sesimbra, num fim-de-semana de sol e com movimento razoável, depara com uma jovem no mínimo tresloucada, que acelera numa camioneta de caixa aberta.
A rua é estreita e tem que fazer gincana para não tocar em nada nem em ninguém.
Perplexa, olho e não acredito.
Naquele destempero, a seu lado ia uma criança pequena (dois anos, se tanto) que, de cabecita no ar e com destreza de pescocito, acompanha o acontecido olhando para tudo, talvez quem sabe, a gostar de ver a que penso seria a sua mãe com tamanha habilidade.
Inocente é assim!...
Adulto, pelos vistos, também cada vez mais será assim.
E ninguém viu.
O posto da polícia é afastado do local e estava um lindo dia de praia!...
Ainda mal refeita desta, outra situação me surpreende.
Enquanto um pequeno carro estaciona, e com o trânsito parado, dá para reparar naquela que, dentro do carro, me pareceu uma jovem loura de rabo-de-cavalo.
De repente, quando «a jovem» se virou, só consegui reagir à gargalhada.
Afinal o que parecia uma loura, era apenas um pequeno cão lulu, cabeludo, de boné
e vestido a rigor.
Traje feito por medida de certeza (?).
Um mimo, aquela cena.
Depois daquela manhã, a conclusão a que cheguei é que há parafusos em falta.
Quem os encontra por aí?
Alvíssaras.

Abraço.

domingo, 22 de maio de 2011

Os diamantes e eu










O sol estava lindo.
Reflectido no mar, as ondas azul-turquesa brilhavam, quais diamantes acabados de polir.
Um impulso levou-me a penetrar a água, que me recebeu com movimentos tranquilos de amizade.
Movimentei-me em direcção àquilo que me pareceram diamantes reluzentes.
Tentei com entusiasmo apanhar um.
Um.
Só um.
Era o objectivo.
Contudo, escapava-se com ligeireza.
Tentei uma, tentei várias vezes.
Todas as tentativas foram infrutíferas.
Só um, pedia eu.
Não.
Decididamente, não.
Exausta, parei.
Senti-me agitada, um pouco cansada.

Abri os olhos.
O meu quarto estava inundado de luz.
Não havia diamantes, apenas uma calma doce e saborosa.
Sem dúvida.
Os diamantes não fazem falta.
Tudo é paz em meu redor.
Ás vezes, o sonho não comanda a vida.

Abraço

Poses













A pose é uma atitude que todos inventamos para nos apresentarmos aos outros.
São muitas as que cada um pode adoptar.
Quando não há grande coisa no cérebro, há a necessidade de nos afirmarmos de algum modo.
Então há quem decida travestir-se de gente com ar de quem vale alguma coisa. E lá andam, convencidos de que a imagem passa.
Há outros que metem na cabeça que são importantes, que estão acima de toda a gente, que não precisam de ninguém.
Também esses arranjam artifícios para pôr tudo à distância.
É vê-los com o ego a transbordar
Há também quem utilize a pose para se exibir apenas de uma forma leviana e fútil.
Há até quem se sirva dela para fins ilícitos e escuros.
Há quem prospere na vida à custa delas.
Há quem viva em poses contínuas.
Que todos fazemos poses, eu sei que é normal.
Já não acho normal que se ensaiem poses, para se conseguirem objectivos em vista.
Sejam eles quais forem.
Isto é: que se ensaiem atitudes postiças, hipócritas, que não fazem parte da nossa verdade como pessoas, que não façam parte da nossa forma de ser.
Exibem-se apenas para convencer o outro e o levar a pensar o que muitas vezes não corresponde à verdade.
São poses mentirosas e desonestas.
Dessas há para aí muitas.
Impostores, convencidos, com cérebro de galinha, mas com overdoses de pose.
São os «profissionais» da mentira.
Cuidado com eles, oportunistas e falsos de carácter.

Ui!
Alguns andam por aí!...

Abraço.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Relações de vizinhança











Há três anos e depois de trinta e muitos de cidade, decidimos que a qualidade de vida teria que ser uma prioridade.
Apeteceu-nos voltar a sentir a terra e a Natureza.
Tem sido uma experiência boa e tranquila.
Sinto-me quase em casa, naquele berço em que nasci e vivi durante vinte e dois anos.
O reviver do ambiente de aldeia trouxe-me o sabor das sensações vividas e de que sempre gostei.
É bom acordar com o cantar do galo da vizinha.
É bom ouvir o cacarejar feliz das galinhas quando põem o ovo.
É muito engraçado observar que o galo, solidário, se junta à festa executando o seu mais belo canto.
Inédito é ver o cachorro da casa do lado ir ao ninho buscar o ovo acabado de pôr e levá-lo na boca intacto à dona, que lhe tece grandes elogios.
É bom ouvir os cães em uníssono a refilar não se sabe muito bem porquê nem a quê.
Ás vezes, ladram apenas ao vento.
É muito engraçado poder ter quatro gatos que vivem todas as horas do dia para os donos, que os esperam ao portão e, dengosos, emitem miaus de saudade e mimo.
É bom ouvir as pessoas da aldeia a cumprimentarem-se de forma efusiva e com brejeirices normais de gente simples
É bom sobretudo acordar com a vizinha a saudar-nos e vermos nos seus olhos
amizade e respeito.
É bom sabermos que nos aceitaram, apesar de sermos intrusos.
É bom saber que sentem a nossa falta, que nos consideram gente igual e não apenas mais um número.
Um número que fosse apenas mais um entre tantos, incógnito.
As relações humanizadas que se criam nestes meios dão saúde.
Saúde física e psicológica.
Dão-no disponibilidade mental para fazermos coisas boas que nunca pensámos fazer – como por exemplo este blog, que até permite esta partilha.
Aproximam-nos e tornam-nos mais afectuosos, soltos, solidários, extrovertidos e menos egoístas.
Depois temos a qualidade alimentar.
Aqui tudo tem um sabor diferente.
O nosso palato nem acredita.
Os sabores que a nossa memória guardou, e nos deixaram saudades, estão ali outra vez.
As galinhas do galinheiro, os coelhos da coelheira, as ovos acabados de sair do poleiro.
As hortaliças criadas na horta ali ao lado e sem produtos químicos.
Os frutos da época fresquíssimos, etc. etc…
É na verdade um privilégio poder usufruir de tudo isto.
E…a cidade grande é logo ali.
A uns escassos trinta quilómetros.
Nunca pedi isto, nunca foi planeado, aconteceu.
Obrigada à vida.

Abraço 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Hoje o país sorriu












Nos tempos meio conturbados e carrancudos que por que estamos a passar, hoje abriu-se uma excepção.
O deus futebol fez o milagre.
Desde manhã que todos os meios de comunicação não deram mãos a medir.
Porto para cá, Braga para lá, taça da liga, taça da liga, taça da liga.
É um fenómeno que move montanhas o futebol.
É o único facto que faz esquecer as agruras da vida, e pôr a mexer meio mundo.
As multidões entram em delírio que, como que por magia, se propaga.
O rastilho está ateado e o incêndio deflagra.
São noventa minutos vividos sem pensar na inflação, na subida dos combustíveis, no desemprego, no futuro incerto, enfim no lado negro da vida.
Ainda nunca entendi porque é que, havendo tantas modalidades desportivas, esta é a que mexe de uma forma quase histérica com as pessoas.
Toda a gente mostra a dentuça, toda a gente opina, toda a gente sabe muito bem do que fala.
Boa informação
Vê-se ali o bom trabalho dos órgãos de comunicação social.
Vê-se o empenho, o interesse e o entusiasmo com que o fazem.
Abençoados.
Assim a cultura tivesse o mesmo tratamento.
Por azar, ou porque sim, não tem.
Não é tão apelativa, exige cérebro e disso não há muito por aí.
Pena.
O país ficaria mais completo.
Mais rico e civilizado.
Mas então, o futebol é que «induca».
Fiquemo-nos com ele e vamo-nos rindo de nós próprios.
Bons espectáculos.

Abraço.

A terra que nos viu nascer

A terra que nos viu nascer tem e terá sempre um lugar especial no nosso coração.
Quer estejamos próximos ou afastados, teremos sempre a sua marca, o seu carimbo.
Há laços que não se cortam, ficaremos eternamente enleados neles.
Até podemos estar algum tempo sem contacto físico, mas o coração pula sempre que alguma coisa nos fala desse berço que nos acolheu quando, pela primeira vez, tivemos contacto com o mundo.
A sua marca está gravada em nós.

Leia mais aqui, no «Viver Casteleiro»:

A terra que nos viu nascer

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Primavera interrompida











Assim.
Sem mais nem menos.
Tudo ficou diferente.
O sol forte e todo sorrisos, recolheu-se.
Fecharam-se todas as portas do céu azul.
Foi como se do dia se fizesse noite.
Do silêncio se fizesse barulho.
Foi como se alguém de mau humor se rebelasse e partisse tudo.
As nuvens escuras, carregadas, não aguentaram e largaram a carga, vociferando.
Thrum, thrum, thrum…
Ping, ping pong, pong thrum…
Foi como se uma onda de raiva passasse e largasse ali toda a sua raiva contida.
A primavera quedou-se.
Respeitou o desaguisado.
Deu espaço.
Mais sensato assim.
Logo que resolvam a disputa, tudo voltará ao normal.
Aí, ela, a primavera, reaparecerá esplendorosa, em toda a sua pujança.
Nós continuaremos serenamente a respirá-la e a deleitar-nos com as suas cores, cheiros e ambiente.
Há sempre quem, por necessidade ou insensatez, perturbe a serenidade em que vivemos.
Sabemos que não te deixas impressionar.
Até já, primavera.

Abraço.

domingo, 15 de maio de 2011

O futuro













O que é isso, o futuro?
É claro que é uma incógnita.
Não dá para fazer projectos.
No que a mim diz respeito, nunca os fiz.
Ao longo da minha vida, tenho sido demasiado surpreendida (?).
Surpresas essas que me ensinaram a viver um dia de cada vez, sem ilusões.
Com calma, agradecendo o que vem vindo, mas sem exigir nada.
Dou-me bem assim.
O indispensável é o suficiente, sempre foi.
E a saúde?
Isso, sim, desejo muito sempre.
Que bom que é ter saúde.
Vale mais que todo o futuro programado, e quantas vezes falhado.
As desilusões marcam-nos e acabrunham-nos.
Não vale a pena.
A ambição sem critérios não é boa companheira.
Devagar.
O futuro está já ali.
A vida corre, corre.
Mais um pouco e não há amanhã.
Vamos vivendo devagar.
Sim, porque o futuro, esse não nos pertence.
Até sempre, com esperança, com optimismo e com bom espírito.

Abraço.

sábado, 14 de maio de 2011

Política















Quando, depois de muitos sacrifícios e de muitos sacrificados, se deu o 25 de Abril, inocentemente eu e muitos outros idealistas pensámos que agora sim, éramos livres.
Seríamos mais felizes
Não teríamos mais guerras, não seríamos mais explorados e não seríamos mais remetidos ao silêncio.
A tão temida polícia política não perturbaria mais a nossa paz e privacidade.
Era demasiado bom para ser verdade.
Estava a saber tão bem.
Era tão compensador.
A festa começou e durava, durava, durava…
A alegria, o entusiasmo não cabiam no peito.
Tinha que ser partilhada, tinha que ser gritada nas ruas.
Depois de anos tão duros, não havia cansaço que nos vencesse.
Este sonho durou pouco.
Apareceram os partidos políticos e começaram as divergências.
Cada um a querer ser melhor que o outro, cada um a impor-se, a chamar para si o poder,
o maior protagonismo.
Começaram as divisões e as diferenças acentuaram-se.
Politizou-se tudo e cada um começou a puxar para seu lado.
As divisões não trouxeram nada de bom, acabaram com a alegria e com a festa.
Começaram escaramuças, houve divisões e as raivas eram notórias.
A liberdade foi mal interpretada e os excessos aconteceram.
A falta de experiência e os idealismos não foram benéficos.
A desilusão começou a instalar-se.
Por mim concluí que a plotização foi o começo do fim da festa.
Ontem, como hoje, os políticos serviram-se, a si e aos amigos.
Os que tinham o poder fizeram o que puderam e nem sempre como deviam.
A política praticada assim, não ajuda nada.
Isto digo eu.

Abraço.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Viver onde gostamos












É bom podermos escolher o sítio onde queremos viver.
É bom podermos escolher o que fazer.
É bom sentirmo-nos bem e preenchidos.
É bom não ter que cumprir horários, mas sentir que temos objectivos.
É bom que ao acordar tenhamos tarefas objectivas e que nos dão gozo, ao mesmo tempo que nos trazem satisfação, nos dão prazer e nos fazem sentir bem.
É bom sentirmos que somos apreciados e respeitados pelo empenho que pomos no que fazemos.
Pela satisfação com que o fazemos.
Pelo resultado que obtemos.
Sinto-me uma privilegiada.
Sinto que, de algum modo, é uma recompensa.
Merecida?
Não sei responder.
Sei que me esforcei a vida toda, trabalhei o melhor que pude e sabia, aguentei embates muito fortes, a alguns resisti melhor que a outros.
Agora proporcionaram-me este tempo de paz.
Tem-me sabido muito bem.
Tem-me feito muito bem.
Só é pena que há agentes exteriores que se lembram, de vez em quando, de tentarem interromper esta paz.
Estou habituada a enfrentar, a proteger-me.
O que vem de fora, só nos atinge se dermos valor à fonte.
Não dou, continuo a viver a minha vida com a maior calma possível.
Estou de bem comigo, com a vida e com quem gosta de mim.
Este cantinho dá-me condições para isso.
Alguém faz questão de me dar condições para isso.
É bom sentirmo-nos valorizados e amados.

Abraço.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ai, Portugal, Portugal!














O que fizeram de ti, meu país?
O que fizeram aqueles que te representam e que deviam defender os teus interesses?
Pensaram em ti ou dedicaram-se mais a pensar neles e nos seus interesses?
Como foi possível deixarem-te à deriva, sem rei nem roque?
O que fizeram da economia, da saúde, da educação, da cultura e do ensino?
Deixaram-te de tanga, venderam-te por mil dinheiros.
Que quadros formaram, que na sua maior parte não sabem responder às responsabilidades que lhes estão confiadas?
Que selva é esta em que te deixaram?
Quem pode confiar em gente sem capacidade?
Verifica-se em quase todo o lado a pouca preparação e a ignorância de jovens estudantes e recém-formados.
A tua história é miseravelmente ignorada.
Quem formou os professores que formaram estes jovens?
Será que não têm nada para transmitir, senão o mínimo do que uns compendiozinhos feitos à pressa lhes exigem?
Quem os pôs a «ensinar» se nem para eles sabem?
Não há nada dentro deles que tenha súmula, que vá para lá do mínimo exigido?
Será que a História de um país, a cultura, não fazem parte da identidade de todos nós?
Então porque a ignoram?
Porque não a conhecem, claro.
Será que não sabem passar a mensagem?
Ou também não a receberam?
Custa aceitar isto tudo.
Custa compreender.
Não há ninguém no horizonte, que te consiga compensar de tanta incompetência!...
Como irá ser o amanhã?
Incultura! Incultura!
Incultura?
Ai, Portugal, Portugal!

Abraço.

domingo, 8 de maio de 2011

A vida












 
A vida começa antes de vermos a luz do mundo.
Depois de nove meses de aconchego e protecção, chega o momento de encararmos o mundo exterior.
Mundo esse que muitas vezes não nos agrada logo à primeira.
Para alguns, começa desde logo a mostrar-se pouco simpático e afável.
Para outros nem tanto.
Era tão bom o mundo tranquilo e só nosso.
As intervenções externas pouco nos diriam.
Os sons estridentes cá de fora ferem agora os nossos frágeis ouvidos.
Habituados que estavam ao silêncio!...
A adaptação nem sempre é fácil.
O mundo exterior é demasiado excessivo e estridente.
Falam alto e muito.
Às vezes para nos manifestarem o seu afecto.
Mas, pronto, é a nossa vida que começa e vamos ter que nos adaptar ao mundo normal de gente normal.
O pior é que conforme a vamos descobrindo, vamos dando conta de que nem sempre é como desejaríamos.
Deparamo-nos com muitas decepções, desilusões, desgostos e obstáculos, que nos impedem de usufruir dela com desejaríamos.
É ingrata a vida, às vezes.
Apesar disso, também nos presenteia com momentos bons e que nos deixam compensados.
Devíamos respeitá-la e apresentarmo-nos perante ela com a dignidade que se impõe.      
Não o fazer, é não agradecer a dádiva que nos foi concedida.
Viva a vida, ainda que madrasta às vezes.

Abraço.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Primavera e a natureza












Está bonita a natureza.
Mostra-se em todo o seu esplendor.
Está vaidosa.
Exuberante.
Estende-se pelos campos.
Espreguiça-se.
Aproveita o espaço que lhe esteve vedado durante os longos meses do Outono e Inverno.
Eles, os campos, sedentos, recebem-na com um abraço.
Um abraço florido e a transpirar vida.
É a festa do nascimento.
É a festa das flores e do verde.
As árvores estão prenhes e geram os frutos que vão fazer as nossas delícias.
O sol está feliz.
Lá no alto sorri.
A sua luz dá um brilho cintilante a toda esta beleza natural.
A paisagem é a vedeta.
Todos querem usufruir dela.
É bonita a Primavera.
Alegre.
Descontraída.
Feliz.
E segura da sua beleza.
Bem-vinda primavera das minhas delícias.

Abraço. 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Educar não é fácil















Educar é uma das tarefas mais difíceis e complexas de realizar.
Em casa e na escola.
Se estes dois pólos falharem esta obrigação, estão a falhar a base dos alicerces do futuro.
Crianças e jovens sem alicerces não nos garantem um futuro com princípios de educação e atitudes de civismo, que nos orgulhem em qualquer sítio e em qualquer momento.
Mesmo nos sítios e nos momentos mais difíceis.
O que acontece é que educar dá trabalho.
Dá trabalho, sim.
Sério.
Persistente.
Paciente.
Exige disponibilidade e, sobretudo, uma boa formação humana com bases sólidas.
A boa formação humana, o gosto pelo que se faz, o empenho, são importantes.
Os pais, qualquer que seja a sua formação escolar, muitas vezes conseguem um bom trabalho.
Alguns.
Outros, preferem a fórmula mais fácil.
Fazem tudo menos educar.
Enchem os rebentos de ideias fúteis, sem conteúdo. É preciso é que os meninos estejam, nesse particular, à altura dos outros que os rodeiam.
O mais importante, os princípios, a educação, o respeito, os afectos, o espírito de família e outros princípios, passam ao lado de muito gente que se acha responsável e apta.
Acham que educar é mimar e dizer sim a tudo.
Ou dizer e desdizer logo a seguir.
Enganam-se.
Educar, segundo me ensinaram a minha longa experiência e a formação que tive, para lá de dar carinho e mimar quando necessário, é criar regras e disciplina.
E ser firme a aplicá-las.
Que não faltem a educação, o respeito pelo outro, o civismo, os afectos, repito (ai como os afectos estão esquecidos), a solidariedade, e outros.
Educar não é só querer que os meninos aprendam a ler e a escrever depressa, ainda antes do tempo estipulado para isso.
Não é só dar-lhes um curso para se darem bem na vida (ou não), não é só dar-lhes o carrito quase antes da idade.
Não é dar-lhes liberdade a partir dos doze, treze anos, e deixá-los entregues a si próprios.
Horas sem fim rodeados das mais altas tecnologias, que só são úteis quando bem usadas e sem excessos.
Educar é algo muito mais complexo e completo.
O que é mau é que há muita gente que não entende isso.
E, na sua cegueira de pais e educadores, enlevados e orgulhosos da sua obra, nem se dão conta do resultado final. 
Esperemos melhores tempos.
Será que virão?

Abraço.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Contentamento e gratidão












São dois sentimentos que também nos visitam às vezes.
É bom recebê-los.
Quando chegam, abrimos as portas do nosso coração de par em par.
Franqueamos a entrada.
Sentimo-nos tão bem, que temos vontade de oferecer tudo o que de melhor existe em
nós.
A amizade é bonita.
Neste mundo onde abundam os maus sentimentos e as más acções, quase nos admiramos quando somos presenteados com gestos que nos deixam felizes.
Mais ainda quando vêm de quem menos esperamos.
Afinal existe gente que gosta de nós, que sente a nossa falta, que tem para connosco atitudes de amizade e respeito.
É bom encontrarmos de vez em quando um oásis no meio do deserto que nos rodeia em termos de afectos.
É bom termos gente boa a partilhar connosco os momentos mais significativos da nossa existência.
É bom sermos solicitados com verdade e não apenas para preencher vazios que doem a quem os sente.
É bom sermos apreciados pela forma como estamos na vida, como pensamos, como agimos e como somos.
Apesar dos defeitos que possamos ter.
Apesar das falhas normais dos humanos normais.
Ninguém é perfeito, apesar de alguns acharem que sim.
Relações de amizade desinteressadas são relações saudáveis, tranquilas e calmas.
Gosto assim.
Preciso disso. 
Sabe bem ter amigos destes.

Abraço.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Imparcialidade, verdade, honestidade












Três palavras tão importantes e tão arredadas da prática do dia a dia.
Não fora assim, as relações humanas e outras, correriam de certeza bem melhor.
A maior parte dos problemas que acontecem em casa, na família e nos locais de trabalho, têm origem na não aplicação destes três princípios que acho básicos.
Quando tomamos decisões baseados apenas no que uma parte nos relata e se tivéssemos o mínimo de preocupação cívica e cultural, deveríamos antes de mais procurar saber o outro lado da versão.
Aí sim, poderíamos tirar conclusões sérias, verdadeiras e imparciais.
De contrário, poderemos ser injustos e mostrar até incapacidade de análise não só em casos banais, como noutros que podem assumir proporções com alguma gravidade.
Ouvir as duas partes é a garantia de que não nos precipitamos.
Decisões importantes, intrigas entre amigos e familiares já aconteceram, por sermos parciais, pouco escrupulosos, e demasiado fúteis.
Seria bom que «perdêssemos» um pouco do nosso tempo e nos interrogássemos se não cometemos sistematicamente erros destes.
E ainda que não os possamos ou queiramos remediar, podemos pelo menos evitá-los no futuro.
E pensar também, se não os cometemos porque somos parciais, orgulhosos e seguidistas cegos.
Muitas vezes vivemos em pequenos clãs e não conseguimos ter opiniões próprias e isentas.
Isso é mau, porque condiciona a nossa integridade como seres individuais e responsáveis pelos nossos actos.
Vamos atrás como carneiros num rebanho.
É tempo de crescermos intelectualmente e mostrarmos que crescemos.

Abraço.    

domingo, 1 de maio de 2011

É bom sentir calor












Sentir calor, sim.
Calor humano, calor que nos transmite segurança, aconchego e bem-estar.
Calor que não sufoca, calor que não trai, calor que não nos deixa amargurados e sem respostas.
Aquele calor humano civilizado, tranquilo, com qualidade.
Já se encontra pouco disto.
É um bem raro.
Este calor precisa de ser protegido, alimentado e regado.
Passar umas horas de convívio elevado e com boa disposição, é um privilégio nos tempos que correm
Agradável, conviver assim.
Quem dera pudesse ser multiplicado este formato, para a muita gente desconhecido.
Na sua maioria, a sociedade está a leste de o conhecer.
Conhecem melhor o diálogo de baixo nível.
Aquele que os deixa dar largas aos instintos deseducados, maldizentes e intriguistas.
Coisa de gente nada civilizada.
Mantermo-nos afastados desses ambientes dá-nos saúde mental e física.
Resta-nos desejar a estas pessoas infelizes e pequenas, felicidades na sua pobre vida. 
Nós ficamo-nos pelo nosso mundo, fazemos parte dele há muito tempo e gostamos.

Abraço.