sexta-feira, 24 de abril de 2015

O TEMPO

























Hoje, e a propósito de um pequeno diálogo virtual, apeteceu-me falar do tempo.
Não do tempo que corre veloz e nos leva  atrelado a ele!
Mas sim aquele que nos mostra as rugas que devagar se vão instalando.
Que nos vira contra os espelhos como se fossem um inimigo público.
Que nos humilha e nos põe perante nós próprios.
Esse é severo, não perdoa!...
Só há que o aceitar e, dignamente, de cabeça levantada, continuar o caminho.

Quanto ao outro, aquele a que me vou referir hoje... sim a esse, ao que goza connosco, que nos faz caretas e negaças, que nos altera os planos e os humores e que nos perturba a vida... esse mexe mesmo com muita gente!
Há quem não lide nada bem com ele e com as suas mudanças.
As caras feias que faz e o mostra-esconde  provocam neuras e tristezas inventadas e sofridas.
De tal maneira que, nesses momentos, sentimo-nos em baixo e a achar que toda a infelicidade do mundo nos caiu em cima!

Engraçado! O estado do tempo a dominar as nossas  frágeis e influenciáveis mentes!
Ficamos nas mãos de sua excelência!

Impressionante!
Os agentes do tempo também a zurzir no pessoal!
Como se não estivéssemos já suficientemente zurzidos por este governozinho sádico e traiçoeiro!...
Um gozo indecente!
Pensando bem, quem sai a perder somos nós.
Quem tem o domínio do tempo está calado.
E, quem sabe, talvez dizendo:
«Perdoai-lhes Pai, que eles não sabem o que fazem»!

 Um bom fim-de-semana e não deêm confiança ao tempo.


Abraço.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Eu e o mar

















O mar exerce sobre mim um fascínio que me prende e me faz pensar.
Quando o olho é como se caísse sobre mim um olhar hipnótico, que me prende e me cola a ele.
Gosto do seu bambolear suave, dengoso e repetitivo.
Gosto de o ver a lamber a areia com a sua língua de gigante manso.
Transmite-me paz e dá-me a liberdade de pensar e / ou apenas o  olhar.
A sua potência e grandeza seduzem-me.
Também gosto de o ver quando ele se revolta e leva à sua frente as ondas gigantes que ninguém domina!
Aí, não me aproximo.
Nem ele me reconheceria, tal a fúria com que galga o que encontra pela frente.
Nesses dias, limito-me a vê-lo de longe e a admirá-lo.
Ele agradece o respeito.
Depois, já calmo e a «ressacar», é como que pede desculpa e oferece o ombro.
Gosta de me ouvir. Paciente, responde com carícias mansas, com um sussurrar tranquilo de quem me compreende.
É assim o meu mar.
De extremos.
Só é preciso dar-lhe atenção e não o contrariar.
Ele agradece o meu respeito.
Quem o conhece como eu, entende-o tão bem!...
O meu mar é um amigo muito íntimo, quase  dorme comigo.
Em noites de agitação faz-se notar!
As rochas fortes, abafam-lhe os urros e aguentam-lhe os baques fortes.

Eu na minha cama, sinto-o.
Volto-me e adormeço.


Abraço.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

O CONTRÁRIO DE MIM




Quem sou eu?
Sou eu, ou o meu contrário?
O contrário de mim, sou eu do avesso!
Sou eu nos momentos de mágoa!
Nos momentos em que me invado e me desiludo, qando só vejo noite, trevas e medo.
Quando vejo o mundo  a desmoronar-se e não sei o que fazer!

Quem serei eu?
Serei bocados de mim e de outros, que não vejo mas que sinto!
Serei  uma parte desses outros?

Só sei que eu mesma de verdade, sou ritmo, alegria e vida!
Sinto-me como se fosse, digamos, o sol com música, envolvida em afectos e que danço quando gosto!

Sei que sinto que o contrário de mim é a violência, a indiferença,a  hipocrisia e a maldade - meus defeitos à parte, claro!

Serei quem então?
Um agrupamento de outros e de mim mesma!...

Neste momento sou eu mesma!

Abraço.

sábado, 4 de abril de 2015

Boas Festas













Folar caseiro

Este é o meu Folar!
Foi feito por mim.
É um folar muito simples e sem excessos!
Não tem gorduras e é recheado de frutos secos.
Açúcar, uma quantidade módica!
Gostava de poder oferecer uma fatia a todos os meus amigos.
Foi cozido em forno de lenha.
A habilidade de aquecer o forno foi da minha vizinha, que é perita na matéria.


Abraço.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

BOAS FESTAS

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Desejo a todos os meus amigos uma Páscoa muito feliz,

 E cheia de afectos doces.

O COFRE




















A propósito de cofres, lembrei-me de uma relíquia velhinha que guardo desde que me conheço.
Herdei-o de meus pais e ainda me lembro que era onde eles guardavam o seu pequeno pecúlio.
Lembro-me que para o abrir havia um código de que só eles tinham o segredo.
Eu ainda hoje não o sei! Tenho apenas a chave.
É um cofre pequeno, penso que à medida das quantias que circulavam lá em casa, mas era onde guardavam o que conseguiam amealhar, com trabalho honesto e suado!
É uma peça bastante antiga, usada e velhinha, que guardo com muito afecto.
Esse cofre fez parte da minha vida e conta-me várias estórias que se viveram lá em casa.
Ainda hoje,no fim de tantos anos, guarda alguns documentos deixados pelo meu pai e que são testemunho de vivências passadas!
Há um documento informal, de um empréstimo que ele concedeu  e que não chegou a ser reavido.
Para lá disso, há mais um ou dois documentos pessoais.
É uma relíquia guardada com estima e alguma nostalgia.
Faz parte de outras que já mostrei e que estão envoltas em momentos, em épocas e em convívios, de família e amigos!
Este cofre para mim tem vida e fala!...
Cada momento que me recorda tem uma estória que eu poderia contar.
São peças sem grande valor material, mas com alto valor afectivo.
Peças, que de vez em quando me colocam no passado.
Quando isso acontece, parece que o tempo não passou.

Esta estória foi-me recordada, a propósito de uma outra de que se tem falado com alguma indignação no nosso país.
Claro que penso que este cofre, nunca terá estado CHEIO como esses tais mencionados por uma senhora, alta responsável do nosso governo!
Já nessa altura eu ouvia dizer ao meu pai que o dinheiro parado não rendia.

Este cofre foi testemunha de acontecimentos felizes e de outros bem tristes!  
Nesses, é melhor nem falar.
Desejo a todos umas Boas Festas, cheias de afectos doces!...


Abraço.