O mar exerce
sobre mim um fascínio que me prende e me faz pensar.
Quando o olho
é como se caísse sobre mim um olhar hipnótico, que me prende e me cola a ele.
Gosto do seu
bambolear suave, dengoso e repetitivo.
Gosto de o ver
a lamber a areia com a sua língua de gigante manso.
Transmite-me
paz e dá-me a liberdade de pensar e / ou apenas o olhar.
A sua potência e grandeza seduzem-me.
Também gosto
de o ver quando ele se revolta e leva à sua frente as ondas gigantes que
ninguém domina!
Aí, não me aproximo.
Nem ele me
reconheceria, tal a fúria com que galga o que encontra pela frente.
Nesses dias,
limito-me a vê-lo de longe e a admirá-lo.
Ele agradece o
respeito.
Depois, já
calmo e a «ressacar», é como que pede desculpa e oferece o ombro.
Gosta de me
ouvir. Paciente, responde com carícias mansas, com um sussurrar tranquilo de
quem me compreende.
É assim o meu
mar.
De extremos.
Só é preciso
dar-lhe atenção e não o contrariar.
Ele agradece o
meu respeito.
Quem o conhece
como eu, entende-o tão bem!...
O meu mar é um
amigo muito íntimo, quase dorme comigo.
Em noites de agitação
faz-se notar!
As rochas
fortes, abafam-lhe os urros e aguentam-lhe os baques fortes.
Eu na minha
cama, sinto-o.
Volto-me e
adormeço.
Abraço.
Sem comentários:
Enviar um comentário