quinta-feira, 16 de abril de 2015

Eu e o mar

















O mar exerce sobre mim um fascínio que me prende e me faz pensar.
Quando o olho é como se caísse sobre mim um olhar hipnótico, que me prende e me cola a ele.
Gosto do seu bambolear suave, dengoso e repetitivo.
Gosto de o ver a lamber a areia com a sua língua de gigante manso.
Transmite-me paz e dá-me a liberdade de pensar e / ou apenas o  olhar.
A sua potência e grandeza seduzem-me.
Também gosto de o ver quando ele se revolta e leva à sua frente as ondas gigantes que ninguém domina!
Aí, não me aproximo.
Nem ele me reconheceria, tal a fúria com que galga o que encontra pela frente.
Nesses dias, limito-me a vê-lo de longe e a admirá-lo.
Ele agradece o respeito.
Depois, já calmo e a «ressacar», é como que pede desculpa e oferece o ombro.
Gosta de me ouvir. Paciente, responde com carícias mansas, com um sussurrar tranquilo de quem me compreende.
É assim o meu mar.
De extremos.
Só é preciso dar-lhe atenção e não o contrariar.
Ele agradece o meu respeito.
Quem o conhece como eu, entende-o tão bem!...
O meu mar é um amigo muito íntimo, quase  dorme comigo.
Em noites de agitação faz-se notar!
As rochas fortes, abafam-lhe os urros e aguentam-lhe os baques fortes.

Eu na minha cama, sinto-o.
Volto-me e adormeço.


Abraço.

Sem comentários:

Enviar um comentário