domingo, 11 de dezembro de 2011

Imaginário












É uma escarpa gigante, que com altivez se perfila na Praia da Foz.
Ao olhá-la não posso deixar de pensar num Paquete ancorado, descansando de uma longa viagem pelo mundo.
O remate do seu perfil faz-me lembrar uma quilha.
Daí que a «mola» da imaginação se solte.
A seus pés, para lá de estar o mar, tem um tapete de rochas rendilhadas, que nem o mais habilidoso artista conseguiria reproduzir.
Eu diria que é luxuoso aquele tapete.
Não fora a textura rugosa e agreste que o tempo se encarregou de esculpir, eu acharia que, pela minúcia luxuriante dos desenhos, seria um tapete para receber os passageiros a bordo.
Nada disso.
Apenas imaginação minha (fértil? Que bom.).

É um tapete, sim, mas para receber o povo comum que para seu deleite, ou simplesmente para angariar o sustento (abençoados peixinhos), todos os dias se desloca àquele lugar calmo, belo e tão simplesmente acolhedor.

Quando tranquilamente se descansa o olhar nestas paisagens, é impossível ficar de cérebro vazio e parado.
Diria que somos ultrapassados por nós mesmos.

E que bom que é ainda haver lugar para o sonho, ainda que em ficção.

Abraço.

Sem comentários:

Enviar um comentário