Desde que me conheço, só duas vezes não passámos o natal na terra onde nascemos.
Foi em setenta e dois e setenta e três.
Estávamos em Buco-Zau, Cabinda, no «mato».
«Cumpríamos então o serviço militar», a que o meu marido fora obrigado.
Foi difícil.
Nunca tinha acontecido antes.
Sabíamos que a minha mãe estava sozinha e com muitas saudades nossas.
Ainda assim, as filhós e outras iguarias possíveis, não esqueceram.
Com a ventoinha ligada no máximo, lá saiu tudo e foi com amizade que se comeu e partilhou com quem quis aparecer.
E foram bastantes.
É claro que teve um sabor nunca antes experimentado, mas com a camaradagem que havia, gestos de amizade não faltaram.
Só com uma força de vontade grande, imaginámos o Natal das nossas terras.
Este que se aproxima, reuniu todos os condimentos para ser igualmente diferente.
Há circunstâncias que nos levam a inverter caminhos e a fazer o contrário do que sempre fizemos.
Não é fácil a decisão.
Sabemos que iremos sentir o Natal de forma diferente.
Foi contudo a decisão mais sensata e tranquila.
Às vezes chega-se à conclusão que nem sempre a boa vontade é suficiente.
Tentaremos passá-lo o melhor possível.
Com afecto e o máximo de paz.
Um bom Natal para todos.
Abraço.
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