Por estranho que pareça, gosto de noites longas.
As de Inverno.
De Dezembro.
Frias e chuvosas de preferência.
Este tempo aconchega-me.
Dá-me calor.
E não estou a falar no calor da lareira, que também aprecio
muito.
Mas de um calor interno e doce.
Também às vezes me põe meio nostálgica.
Mas diria que é uma nostalgia boa.
É neste período do ano, em que a noite entra por nós dentro
sem licença prévia, que sinto mais saudades do ninho que me deu origem.
Dos sorrisos de ternura dos que já não estão comigo.
Dos gestos de amizade.
Da convivência sã e leal.
Do ombro que me amparava sempre.
Da conversa amiga.
Da forma de viver simples e sem pretensões desmedidas.
Não conseguirei nunca, deixar de ser uma saudosa do meu
passado.
Sem esquecer os momentos menos bons por que passei, não
consigo esquecer todos os bons que me foram oferecidos.
Considero que, apesar de tudo, tenho sido uma privilegiada.
É bom ter saudades do passado, ter a sensibilidade à flor da
pele.
É bom recolher-me de vez em quando, e recordar.
Recordar que tive um ontem que me deu muito.
A conclusão a que chego é positiva.
Obrigada à minha vida.
Abraço.
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