domingo, 18 de dezembro de 2011

Os animais da minha infância















Uma gata, uma cadela e um burro.

Sempre fui louca por animais.
Desejei muito ter um cão, um gato e um burro.
Houve apenas um «pequeno…» pormenor.

Lá em casa só me foi permitido ter uma gata.
Penso que era mais para apanhar algum ratito que haveria no sótão.
Era uma gata estimada.
No inverno, quando podia, ia pé-ante-pé, meter-se dentro do meu quarto, e enfiar-se debaixo dos cobertores quentes.
Quando a minha mãe dava conta, é que era um sarilho...
Aí ela ficava a dormir no tapete do lado de fora da porta do meu quarto.
Só que nós normalmente, ganhávamos a «guerra» com umas batotas pelo meio…
E arranjávamos maneira de distrair a minha mãe.

Seguia-me para todo o lado, mais parecia um cãozito.

Quanto aos restantes pedidos, não passaram disso.
Procurei colmatar a falta de um cão, com uma cadela deliciosa que havia em casa da minha avó materna.
Era linda, meiga, e chamava-se Coimbra.
Não sei que idade teria quando tiveram que a abater, estava muito velhinha e doente.
Teve que ser alguém com sangue-frio a fazê-lo.
Ficámos todos, miúdos e graúdos, muito consternados.
A Coimbra fazia parte da família

Burros.

Adorava burros.
Como lá em casa também não havia, eu passava o tempo a pedir às vizinhas que me deixassem dar uma volta nos animais, à tarde, depois do dia de trabalho, já cansados das tarefas do campo.
Nunca me diziam que não.
Meu pai, talvez porque lhe custasse aquela situação, não foi de modas:
Comprou-me um.
Achei mais tarde que foi uma demonstração de amizade demasiado grande.
Ele não precisava do animal para nada, comprou-o apenas para me dar aquele prazer.

Fez esse negócio com um cigano a troco não sei de quê.
Acho que foi a prenda da minha vida.
Até que um dia o burro, sem razão aparente, deu dois coices e pumba, atirou-me ao chão.
Pronto, acabou-se o animal tão desejado.
Meu pai temeu coisa pior para a sua menina e devolveu-o à procedência.
Aceitei o gesto, com muita pena.

Ainda hoje me derreto com todos os animais que me passam pela frente e sofro imenso quando sei que são maltratados ou mesmo mal tratados.

Cá os de casa têm mimo de mais.
São amigos fiéis e incondicionais.

Não traem como alguns humanos!

Abraço.

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