Quando era criança, lembro-me que às vezes, brincava na rua.
Éramos um grupo de amigas muito amigas e tínhamos uma série
de brincadeiras que nos obrigavam a uma interacção muito positiva.
Os jogos tradicionais eram os preferidos.
A cabra cega, o jogo do descanso, a berlinda, o Ti limão o
digo-dim- digo-dão, etc.
Havia sempre alguma das amigas que, quando perdia algum dos
jogos e com a malandrice própria de criança, resolvia vingar-se.
Enquanto as companheiras continuavam a brincadeira, ficava a
espreitar para conseguir uma oportunidade de vingança.
Então, pela calada, esperava a colega de surpresa e zás, um
valente empurrão.
Como não se atrevia a encarar a outra, fugia a sete pés para
não receber o troco.
A partir desse momento, ficava apelidada de bate e foge.
Esse rótulo não mais a largaria.
Neste mundo de brincadeiras com ar sério, há gente sem
coluna vertebral, a quem se pode com toda a propriedade, chamar de bate e foge.
Ou, quem sabe, cobardolas de meia tigela.
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