domingo, 25 de março de 2012

Pau mandado













 
Desde sempre me lembro de ouvir os mais velhos fazerem de uma pessoa manobrável, a seguinte apreciação:
«Oh, aquilo? É um pau mandado»!...
Isto, dito com desdém mesmo.
Não percebi logo a ideia.
Só mais tarde quando comecei a ter a percepção das coisas e perante situações concretas, é que entendi a alusão.

É claro que um pau mandado em sentido figurado, é uma pessoa de personalidade fraca. Meio (não direi débil, porque seria demasiado forte), mas digo meio sem carácter e facilmente influenciável.
Nem sequer tem capacidade para pensar no que pode advir dos gestos que alguém lhe encomenda.

É pena.

Por acaso gosto de marionetas.
Mas têm de ser manobradas por quem sabe.
Essas, sim, proporcionam às crianças e ás vezes aos adultos, momentos felizes.

São manuseados com mestria e os seus gestos são de aplaudir, não só pela habilidade, mas também pelo fim a que se destinam.

Os paus mandados, coitados, são uns pobres diabos.
Recebem os recados e cumprem.
Felizes por mais um mandadinho.

Os mandantes, esse, ficam à espreita, tipo raposas matreiras que não se atrevem a dar a cara.

Há sempre um pau mandado à espera de mais um recado.

Fretes!...
Nos dias que correm, nesta sociedade e na nossa política é o que mais há.

Abraço.

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