Desde sempre me lembro de ouvir os mais velhos fazerem de
uma pessoa manobrável, a seguinte apreciação:
«Oh, aquilo? É um pau mandado»!...
Isto, dito com desdém mesmo.
Não percebi logo a ideia.
Só mais tarde quando comecei a ter a percepção das coisas e
perante situações concretas, é que entendi a alusão.
É claro que um pau mandado em sentido figurado, é uma pessoa
de personalidade fraca. Meio (não direi débil, porque seria demasiado forte),
mas digo meio sem carácter e facilmente influenciável.
Nem sequer tem capacidade para pensar no que pode advir dos gestos
que alguém lhe encomenda.
É pena.
Por acaso gosto de marionetas.
Mas têm de ser manobradas por quem sabe.
Essas, sim, proporcionam às crianças e ás vezes aos adultos,
momentos felizes.
São manuseados com mestria e os seus gestos são de aplaudir,
não só pela habilidade, mas também pelo fim a que se destinam.
Os paus mandados, coitados, são uns pobres diabos.
Recebem os recados e cumprem.
Felizes por mais um mandadinho.
Os mandantes, esse, ficam à espreita, tipo raposas matreiras
que não se atrevem a dar a cara.
Há sempre um pau mandado à espera de mais um recado.
Fretes!...
Nos dias que correm, nesta sociedade e na nossa política é o que mais há.
Abraço.
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