terça-feira, 22 de julho de 2014

Falar cerrado

 




A língua portuguesa quanto a mim é uma língua muito bonita, mas é também muito difícil de falar correctamente.
Se analisarmos a coisa com algum pormenor, chegamos à conclusão de que, apesar de sermos todos portugueses, nem sempre fazemos bom uso dela.
Falemos para já da forma como o Povo a utiliza.
De região para região, as formas de dizer são diferentes, tal como a sonoridade também.
Quando se cresce numa zona e depois por questões pessoais e/ou profissionais se vai viver para outro sítio distante, às vezes custa a entrar no linguajar local.  
Se nos virarmos para as Ilhas, então, tudo se complica.
Bom, mas isto falando apenas de sotaques e formas de falar.
Porque se observarmos atentamente os que todos os dias nos entram em casa via televisão e teriam obrigação de falar escorreitamente esta língua de Camões, ficaremos tudo menos felizes.
Diria eu que é de bradar aos céus!
Dizer a palavra correctamente parece que foi coisa que nunca ninguém lhes ensinou.
Deitam para o ar toda a espécie de atoardas, com o à-vontade dos ignorantes e com pose de sabichões.
Mas enquanto se trata de pronúncias e de sotaques, até tem a sua piada, até enriquece o vocabulário popular.
O pior é quando se trata de transmitir correctamente a forma de dizer.
 Se Camões voltasse, morreria de indignação!

Agora decifrem se conseguirem.
Resposta de uma mulher do povo trabalhador da Beira Baixa, quando, à volta de um forno, lhe perguntam se o pão demoraria a cozer?
Resposta:
«Isto, quando os laris estão cotiados,
O forno é c'ma 'ma sartã»!...

Perceberam?
Fica o desafio.


Abraço.

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