terça-feira, 26 de agosto de 2014

Em roda livre






Durante a minha meninice, tive a feliz oportunidade de poder ter acesso a brincadeiras, objectos e coisas, que me fizeram muito feliz.
Uma delas de que nunca me esqueço era poder dar uma volta no Carrossel!
Castelo Branco, onde o meu pai se deslocava todas as semanas, era o local do feito.
Era costume acompanhá-lo e, muito senhora de mim, ia sempre que ele me mandava fazer uns  «mandadinhos».
 No fim do dia era premiada com uma espécie de pequena mesada, que para mim significava muito!
Aquele pecúlio era sempre aplicado em duas coisas que eu adorava:  uma bola de Berlim na pastelaria do Hotel Turismo acabadinha de sair e umas voltas no Carrossel.
Já próximo do fim do dia, lá ia eu a satisfazer os meus dois pequenos vícios.
Ambas as coisas bem diferentes, mas igualmente saborosas!  
Saboreava as duas com a mesma satisfação.
Feliz, pensava que o Mundo me pertencia.
Naquela época era preciso pouco para uma criança se sentir feliz.
Não havia oportunidade para grandes exigências e qualquer coisa que viesse era considerada um prémio gostoso.
Tão diferente dos tempos de hoje, em que nem as crianças e nem muitos adultos se contentam com o essencial!
Mal acabam de receber uma coisa, pedem outra e sem mais delongas há sempre alguém que corre a comprar.
O que acontece é que as crianças no fim do primeiro contacto se enjoam, tal é a inflação de traquitana à sua volta!
Às vezes até se revoltam, pois tudo aquilo que os rodeia, não substitui o que mais lhes faz falta, que é atenção e afecto!
Este é um drama dos dias de hoje para quem ainda tem (e para quem não tem muitas vezes), algum poder de compra e pouco tempo e paciência para dar!
Será esta uma oportunidade para ponderar um pouco?
O excesso das aquisições que se fazem, não será apenas mais uma forma de consumismo e de distrair a consciência?
Atitudes destas não deixarão a descoberto uma forma menos correcta de educar!
Pensemos nisto.  


Abraço.

Sem comentários:

Enviar um comentário