A natureza é misteriosa.
O mar aqui ao lado estende-se.
Ora preguiçoso, ora enfurecido.
Dele chegam-nos sons fortes e indecifráveis.
Longo, azul e sem fim à vista.
Mais próxima, a floresta estende os longos e fortes braços, que
nos envolvem num abraço grande e interminável.
Dela chega-nos uma mistura de cheiros.
Chega-nos um espaço imenso...
Livre.
Livre de sinais de proibição, de parques de estacionamento, de
sentidos proibidos.
Chega-nos a liberdade.
Sempre gostei do silêncio e da privacidade.
Talvez não fosse por acaso que vim parar a este sítio, que
me acolhe há já trinta e tal anos.
E a cidade aqui a trinta quilómetros...
Ir lá?
Não me atai.
Só esporadicamente.
A propósito de um ou outro assunto necessário.
O mínimo de tempo.
A poluição ambiente e sonora, não condiz comigo.
Falta-me o cheiro a terra e a maresia.
Falta-me o voo rasante dos pássaros.
O cantar dos galos.
O ladrar dos cães.
O linguajar engraçado das gentes locais.
Falta-me o silêncio que tanto aprecio.
Falta-me o calor da relação entre as pessoas.
Preciso de não me sentir apenas mais um número na
estatística
Preciso de sentir proximidade.
Preciso de sentir calor.
Este ambiente bucólico, traz-me calma e paz.
Abraço.
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