Às vezes dou comigo a pensar o quanto eu já percorri.
Por quantos sítios já andei e o que já fiz.
Ao olhar de longe o meu trajecto, imagino quantos pedacinhos
de mim andam por aí espalhados!
Pedacinhos cheios de vida.
Cheios de entusiasmos, de alegrias, de vontade de fazer o
que fiz e da melhor maneira que soube e me deixaram.
Há de certeza, junto desses bocadinhos, momentos menos bons.
De tristeza, de desilusão e de impotência também.
Outros, e são tantos, cheios de ternura, muita, e de muito amor!
Amor pelas pessoas que se têm cruzado comigo e que merecem.
Amor por tantas crianças que ajudei a crescer.
Amor pelo trabalho que sempre me entusiasmou.
Amor pela família com quem me criei e me transmitiu os genes
que fizeram de mim a pessoa que sou.
Com os princípios e a educação de que sempre me tenho orgulhado.
Da ligação forte a tudo o que – e todos aqueles a quem – me
ligo.
Da forma como encaro o que me desagrada.
Com a dignidade que me é possível.
Com indignação e muitas vezes revolta, mas sem cair no que
considero vulgar.
Foi isso que colhi na origem e é isso que me norteia.
Pedaços de mim.
Alguns com uma marca de alegria e felicidade.
Outros mais ou menos em ferida e que doeram muito.
Esses, eu quero esquecer.
Abraço.
E oiça O Chico Buarque
(acompanhado),
clicando na foto:
Sem comentários:
Enviar um comentário