Quase no fim de uma aula de Pilates e já em tempo de
alongamentos, eis que uma tempestade de vento e chuva, tirou do silêncio o
grupo que se entregava ao prazer do relax.
O corpo saiu da quase «letargia» em que se encontrava e o
cérebro, alarmado, questionou-se.
Ninguém merecia aquele «acordar» violento.
Ainda menos, quando se relaxa ao som de uma peça de Mozart e
num silêncio que quase se ouve.
A Natureza tem as suas regras. Ninguém a detém.
O Homem, aquele ser que tantas vezes se deslumbra perante o
que considera os seus grandes feitos, é nada, perante tão grande potência.
Não existe ninguém,
que se sobreponha à força inimaginável dos fenómenos que, de quando em vez, nos
fazem descer do nosso palanque e olhar respeitosamente.
Somos seres minúsculos e insignificantes, melhor seria
remetermo-nos à nossa pequenez.
Meio atordoado, o grupo manteve-se quieto.
Respeitosamente.
Mozart continuava em fundo.
Terça-feira haverá mais
Pilates.
Um intervalo bom, na vida de futuro incerto.
Duas forças da Natureza: A propriamente dita e Mozart...
ResponderEliminarJorge Luís Borges, já cego, dizia: "todos os dias têm o seu instante de paraíso." Uma sessão de pilates... uma composição de Mozart... basta estar atento e não deixar fugir o tal instante.
Há dias que os semeiam com generosidade, para nosso deleite.
Abraço. lídia