quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Com Mozart em fundo

 



Quase no fim de uma aula de Pilates e já em tempo de alongamentos, eis que uma tempestade de vento e chuva, tirou do silêncio o grupo que se entregava ao prazer do relax.
O corpo saiu da quase «letargia» em que se encontrava e o cérebro, alarmado, questionou-se.
Ninguém merecia aquele «acordar» violento.
Ainda menos, quando se relaxa ao som de uma peça de Mozart e num silêncio que quase se ouve.
A Natureza tem as suas regras. Ninguém a detém.
O Homem, aquele ser que tantas vezes se deslumbra perante o que considera os seus grandes feitos, é nada, perante tão grande potência.
 Não existe ninguém, que se sobreponha à força inimaginável dos fenómenos que, de quando em vez, nos fazem descer do nosso palanque e olhar respeitosamente.
Somos seres minúsculos e insignificantes, melhor seria remetermo-nos à nossa pequenez.
Meio atordoado, o grupo manteve-se quieto.
Respeitosamente.
Mozart continuava em fundo.  
 Terça-feira haverá mais Pilates.
Um intervalo bom, na vida de futuro incerto.

Abraço.

1 comentário:

  1. Duas forças da Natureza: A propriamente dita e Mozart...
    Jorge Luís Borges, já cego, dizia: "todos os dias têm o seu instante de paraíso." Uma sessão de pilates... uma composição de Mozart... basta estar atento e não deixar fugir o tal instante.
    Há dias que os semeiam com generosidade, para nosso deleite.
    Abraço. lídia

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