Tenho agora o privilégio de poder tomar o pequeno-almoço sentada
à mesa com toda a calma, aliás, coisa a que todos deveriam ter direito. Quando
trabalhava, não tinha essa hipótese…
Hoje, ao pequeno-almoço, fui surpreendida pelo som
estridente da gaita de um amolador.
Engraçado! Por isto é que eu gosto de viver num meio rural!
Assim não perco as
tradições que são mais ou menos comuns a esses meios.
Numa fracção de segundos, voltei ao meu antes. O amolador!
Hoje, lembrei-me logo do seu homónimo que, de tempos a
tempos, visitava a minha aldeia e que era sempre muito esperado por alguns, com
problemas que só por si não conseguiriam resolver.
Os seus serviços eram específicos e dirigidos.
Pois bem, hoje com esta gaita, lembrei-me do amola-tesouras
- que não se ficava por aí: fazia outras tarefas que mencionava no pregão
engraçado que gritava!
Logo ao entrar na aldeia fazia-se ouvir com a gaita especial
que usava e rezava/cantava assim:
-«Afiiiiiiiiiiam-se facas, amolam-se tesouras, compõem-se as
varetas aos guarda- chuvas e não se enleia o arami»!...
Achei sempre muita piada a este pregão e guardei-o comigo.
Assim como outros.
Este, por exemplo:
«Há trapos, ferro velho, sebo ou lentecão pr’a vinderi»!....
Também era disto que viviam as aldeias tradicionais,
enquanto corria o tempo vagaroso, saboreado e sem «stress».
Abraço.
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