Um arquivo é,
normalmente, um local frio e bafiento onde o cheiro a pó e a papel provoca
espirros e comichões na garganta.
Contudo, há um, o
meu privativo, que, ao invés de me provocar esse mal-estar, me dá a
possibilidade de remexer e encontrar recordações preciosas que muitas vezes me
fazem sorrir.
A propósito das
estórias que nos têm chegado, encontrei uma
que me apeteceu partilhar.
É já muito
recuada no tempo, mas com alguma piada!
O casalinho tinha
acabado de casar.
No fim da tarde depois
de cumpridas todas as cerimónias, meteu-se no combóio para Lisboa para passar a
lua-de-mel!
Como era um dia
especial, o bilhete era de primeira classe, sempre teriam mais privacidade!
Até Castelo
Branco, tudo normal!
O amor andou no
ar sem ser interrompido!
Como naquela
estação o combóio demorava um pouco e o almoço tinha sido mais ou menos em
stress, o noivo desceu para comprar alguma coisa para acalmar a fome que já se
fazia sentir!
À espera ficou a
noiva, à janela, sem querer perder a ligação ao seu mais que tudo!
Qual não é o seu espanto
quando o combóio começou a andar e o noivo não se vislumbrava!
Mais ou menos em
pânico, a novinha,à porta da carruagem, ficou lívida!
Valeu-lhe um sacerdote
que entrou ali mesmo e que escolhera também mesma carruagem.
Desconfiado com o
ar de pânico que encontrou ,perguntou o que se passava.
Depois de informado
da situação, acalmou a noiva e não a largou mais enquanto o noivo que tinha
entrado noutra carruagem, não apareceu, o que só aconteceu no próximo
apeadeiro!...
Foram momentos de
tensão que ainda hoje, á distância, provocam assim uns tremeliques.
O sacerdote,
esse, percebeu tudo, até porque a indumentária era esclarecedora!...
Educado e com um
sorriso, já não ficou naquela carruagem.
Afastou-se e, discrecto,
procurou outra!
O resto da viagem
foi ainda mais saborosa!
Enfim! Momentos
inesquecíveis.
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