quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Caminhada mistério













Não foi fácil convencerem-me a sair de casa neste dia.
Depois de uma manhã de ginásio à séria, e das várias tarefas que por norma esperam uma mulher em casa, estava mais inclinada para passar a tarde a descansar.
Um bom livro esperava-me e por acaso o ambiente até era convidativo.
Bom, mas era preciso descentrar-me.
A minha presença era necessária.
O local escolhido era uma incógnita.
Só sabíamos que era uma praia linda, mas de difícil acesso.
Pusemos os pés a caminho.
Quando chegámos, para começar a descer, o espanto foi geral.
À nossa frente tínhamos uma descida íngreme e acidentada.
O mar era lá bem em baixo.
Apeteceu-me dizer: «Não desço».
Contudo, o que dava para ver – e era apenas uma nesga – prometia.
Vamos embora.
Lá vamos quase a corta-mato e com mil cuidados, pois debaixo dos pés as pedras eram mais que muitas, fomos descendo a pique durante longos mas compensadores minutos.
Cada vez era mais evidente a paisagem meio selvagem, grandiosa e de uma beleza francamente inesperada.
Finalmente o último troço.
Esse sim, só para quem se mexe bem.
Que recanto.
Mais um.
São realmente muitos.
Cada um mais atractivo que o outro.
Valeu a pena.
Depois de um reconfortante banho em águas mansas, havia que regressar.
A subida que nos esperava, não era para amadores.
Calmamente fomos subindo.
Subindo e olhando para trás.
Para trazer nos olhos aquela beleza, que dentro em breve visitaremos outra vez.
É de cenários como este que se compõe este nosso pequeno país, tão ignorado por tantos.

Abraço.

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