Estou a precisar mesmo essa força.
E não serei só eu, que os tempos estão assim.
Essa força que, para resultar, tem que vir de dentro.
Caso contrário não é verdade.
É apenas uma farsa.
Mas…às vezes, onde ir buscá-la?
Confesso que estou num momento de desencanto.
De enfado, de saturação.
Parece-me tudo artificial e efémero.
Parece-me tudo superficial e assente em estacas de madeira
apodrecidas.
Quase sinto que vivo no meio de bonecos anafados e ocos.
Sinto que o mundo deixou de sê-lo.
Pelo menos aquele mundo a que estava habituada.
Deixei de ver amigos para ver egoístas.
Deixei de ver verdade para ver hipocrisia.
Deixei de ver afecto para ver traquinices infantis, imaturas
e sacanas.
Deixei de ver profundidade e reflexão séria.
Vejo apenas futilidade e gente a «voar»!
Deixei de ver um mundo sério e frontal.
Deixei de ver aquilo que me enchia de alegria e me
projectava para a frente: qualidade e valores.
Digamos que o encanto está prestes a quebrar-se.
O olhar malandreco e quase infantil, está mais duro.
Às vezes, ao olhar o espelho, não me reconheço.
É menos bonita assim a minha imagem e a minha vida.
É mais pesada e sem graça.
Confesso que estou um pouco desencantada.
Alguém, alguma coisa, está a mandar ao chão a minha força
interior.
Eu não sou esta.
Arranja-se um pontapé certeiro e forte?
Abraço.
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