Oitenta anos – uma idade bonita.
Merece ser assinalada.
Foi isso que aconteceu com Carlos Brito.
Comunista dos quatro costados durante uma vida.
Largos anos passados em prisões e na clandestinidade, com torturas
à mistura.
Por razões ideológicas, há alguns anos afastado.
Afastado e, parece-me, renegado.
Segundo afirma, continua comunista, embora não concordando
com algumas das regras impostas para ser aceite no grupo.
Daí o seu afastamento.
Um conjunto significativo de elementos grados da esquerda
portuguesa decidiu homenageá-lo.
Até aqui tudo bem.
Depois de tantos anos a lutar por uma sociedade melhor, o
agradecimento merecido.
Mas…
É da minha vista, ou não se vislumbra ninguém do seu
partido?
Onde estão os seus camaradas ainda vivos?
Aqueles que com ele passaram o que o diabo enjeitou?
E os jovens?
Aqueles que tinham obrigação de ter uma visão mais
abrangente do que os rodeia?
Ficaram recolhidos a fazer birra?
A segurar as palas que lhes protegem os olhos?
Quanto a mim, não irão muito longe com atitudes destas!
E eu nem sequer sou suspeita.
As minhas raízes são de esquerda e sê-lo-ei sempre, até que
a cabeça me deixe!...
A verdade é que não gostei de ver.
Há momentos que mereciam uma grandeza de espírito, que seria
apreciada e certamente anotada por muitos.
Ainda que não se simpatize com a figura, merece o nosso
reconhecimento.
O antes quebrar que torcer é sinónimo de pouca inteligência.
Parabéns, Carlos Brito.
Abraço.
Doi e faz pensar.
ResponderEliminarInfelizmente é isso mesmo.
ResponderEliminarObrigada pela paciência e atenção com que lê o que escrevo.
Uma boa noite.
Dulce