terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Matrafonas






















Gosto de me ocupar com trabalhos de mãos e que exijam alguma criatividade.
Mesmo quando ainda estava no activo, dava-me prazer fazer bonecos, almofadas e outras coisas que sabia que as crianças apreciavam e davam ao ambiente um aspecto que sugeria afectos, conforto e bem-estar.
Muitas vezes esta tarefa era acompanhada do entusiasmo deles que, felizes, colaboravam com dicas e até material.
Juntava-se o útil ao agradável.
E o produto final era uma festa.

Assim eles sentiam muito mais que aquilo tudo lhes pertencia e cada um procurava preservar o trabalho feito.

Hoje, aqui à lareira, a pensar na vida de uma forma mais ligeira que ontem, lembrei-me das matrafonas que às vezes me saíam.
Com ironia, não pude deixar de pensar noutras matrafonas!
Sim, essas de carne e osso.
Quase sempre grandalhonas e muito parecidas com as de trapos.
Cruzamo-nos com elas com frequência.
Não pude evitar uma gargalhada saudável.
Daquelas que, quem me conhece bem, sabe que são fruto da minha imaginação a passar filmes de arquivo!...

As que eu fazia eram gordas, mal feitonas, cabeças enterradas nos ombros e vestidas a condizer.
Inspiradas nas reais.
Agradavam à criançada!
Penso que por não terem formas, as achavam mais fofinhas.

Apetece-me dar o tal pontapé certeiro, fazendo uma matrafona.
Uma espécie de terapia.

Abraço.

Sem comentários:

Enviar um comentário