Gosto de me ocupar com trabalhos de mãos e que exijam alguma
criatividade.
Mesmo quando ainda estava no activo, dava-me prazer fazer
bonecos, almofadas e outras coisas que sabia que as crianças apreciavam e davam
ao ambiente um aspecto que sugeria afectos, conforto e bem-estar.
Muitas vezes esta tarefa era acompanhada do entusiasmo deles
que, felizes, colaboravam com dicas e até material.
Juntava-se o útil ao agradável.
E o produto final era uma festa.
Assim eles sentiam muito mais que aquilo tudo lhes pertencia
e cada um procurava preservar o trabalho feito.
Hoje, aqui à lareira, a pensar na vida de uma forma mais
ligeira que ontem, lembrei-me das matrafonas que às vezes me saíam.
Com ironia, não pude deixar de pensar noutras matrafonas!
Sim, essas de carne e osso.
Quase sempre grandalhonas e muito parecidas com as de
trapos.
Cruzamo-nos com elas com frequência.
Não pude evitar uma gargalhada saudável.
Daquelas que, quem me conhece bem, sabe que são fruto da
minha imaginação a passar filmes de arquivo!...
As que eu fazia eram gordas, mal feitonas, cabeças
enterradas nos ombros e vestidas a condizer.
Inspiradas nas reais.
Agradavam à criançada!
Penso que por não terem formas, as achavam mais fofinhas.
Apetece-me dar o tal pontapé certeiro, fazendo uma
matrafona.
Uma espécie de terapia.
Abraço.
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