quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Estórias que ouvi

















Foto 
da época




É muito antiga esta estória.
Veio-me à memória, como me vêm outras igualmente engraçadas.
Esta é difícil de contar.
O seu conteúdo pouco próprio leva-me a escrevê-la com o máximo de decoro.
Espero sair-me com a elegância possível!

Na minha aldeia do interior, Casteleiro / Sabugal mais concretamente, havia duas famílias de lavradores muito abastados, que eram vizinhos.
Moravam em frente uns dos outros.
Apenas os separava um quintal.
Estas famílias eram rivais.
Por motivos políticos (estava-se no final do século XIX, parece) e também por causa das invejas, segundo diziam, não se podiam nem ver.
Os contactos aconteciam frequentemente entre as respectivas esposas.
Que passavam os tempos livres (e eram muitos, pelos vistos) à janela!
Não perdiam a oportunidade de trocarem mimos, cada um mais elucidativo que o outro, da raiva que sentiam.
Convém dizer que cada família se achava a mais rica e mais influente.
Certo dia, os ânimos exaltaram-se mais que o normal.
Uma das matriarcas, pendurada na sua janela, ficou tão fora de si, que desabafou contra a outra:
«Olhe! Conheço três qualidades de pu…! As pu…, as senhoras pu…, e as senhoras donas pu…».

Tudo indica que a senhora atribuía à sua vizinha o nível mais elevado do título!...

Era assim a relação destes vizinhos, que se achavam os nobres da sociedade local!

Estórias.

Abraço.

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