Afinal, há rosas em Janeiro.
No tempo da rainha dona Isabel, diz a lenda, que as flores do
regaço que mostrou ao rei foram resultado de um milagre!...
«Rosas em Janeiro?», ter-lhe há dito Sua Alteza Real.
Rosas em Janeiro, sim, senhor, digo eu.
E sem qualquer milagre, que não seja o da natureza.
Aqui, no meu espaço exterior, foram hoje apanhadas estas,
que escolhi para ilustrar este pequeno texto. Um arranjo à base de camélias.
Havia outras espécies se eu quisesse.
Aqui fica a partilha.
Que não sejam apenas as coisas menos boas da vida a ser
partilhadas.
Há também beleza e motivos de bem-estar, aqui por estas
bandas.
Onde o mar se agiganta e se faz ouvir.
Onde a terra é fértil.
Onde o cheiro a pinhal se faz notar.
Onde o silêncio deixa que ouçamos o crepitar da lareira.
O ladrar dos cães e o cacarejar das galinhas.
Onde o frio espreita à porta sem poder entrar.
Onde o ar é puro e as flores crescem, mesmo em Janeiro.
Onde as tradições se mantêm e nos fazem sentir que nem tudo
é plástico.
É bom poder saborear este ambiente.
Poder usufruir da calma e liberdade que nos proporciona.
Onde sentimos que gostam de nós.
Aí vai um cheirinho disto tudo, enviado por mim.
Assim, com simplicidade.
E afecto.
Abraço.
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