segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Flashes

















São imagens que aparecem quando menos se espera e se deseja.
Às vezes são apenas isso mesmo, flashes.
Outras vezes insistem em permanecer um pouco mais.
São cíclicos e inevitáveis.
Tenta-se não dar importância.
De pouco resulta: reaparecem.
Insistem na visita.
Quando as marcas são profundas, é difícil apagá-las.
Uma operação plástica à alma, quem sabe?
Será que a ciência ainda lá chega?
Enquanto sim e não, será melhor exorcizar o problema.

Só tardou pela demora.

A partida estava marcada.
Era preciso chegar ao comboio.

- Pode levar-me à estação amanhã se faz favor?
- Não posso.
- Não pode?
- Então e agora?
- Não sei!
- Desenrasque-se!...

A resposta doeu de mais.
O que é que eu faço?
A insensibilidade e o desafecto eram de facto de mais.
Era o último dia.
Era uma despedida para uma grande ausência.
O destino não era propriamente turístico!...
Custou a engolir a decepção. O coração bateu forte.

Socorro!..
Acudiu um amigo.
Carregaram-se as malas.
Na estação, foi dura a despedida.
Naquele comboio ficaram horas de lágrimas.
E mágoas.
Sem afectos nada é possível.

O coração perdoou.
A alma ainda dói.

Abraço.

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