quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Sem rebuços





São as crianças.
Não se coíbem de dizer o que pensam.
Desinibidas, sem intenção de agradar ou não, falam.
E como às vezes são cruéis!
Hoje lembrei-me de uma situação que me contaram e a que, na altura, achei imensa piada.
Não só pela surpresa, como pela frontal simplicidade de uma criança.
Um amigo, professor numa Escola Básica no interior do País, cheio de boa vontade, resolveu trazer as crianças a Lisboa, para uma visita ao Parlamento.
Era preciso que começassem a tomar conhecimento.
A perceberem onde, como e quem ditava as leis do seu País.
Depois de muito bem recebidos e já instalados, começam, espantados, a seguir os trabalhos da sessão desse da.
Discurso para cá, discurso para lá, foi a vez de uma deputada que, muito inflamada, defendia a sua questão.
Aos gritos e gesticulando largo, dirigia-se encarnada aos presentes.
Uma das crianças, intrigada, virou-se para o seu professor e perguntou:
- Ó professor, aquela mulher está bêbeda?
O professor teve que se controlar e lá esclareceu a criança como pôde.
A verdade é que, certamente, esta criança nunca mais se irá esquecer da expressão dura e provavelmente excessiva, que viu no rosto de alguns dos responsáveis pelas leis que nos regem.
Criança não disfarça nem se inibe de dizer o que pensa.
Doa a quem doer.


 Abraço.     

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