terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Os adultos e as crianças



Estamos numa época em que toda a gente, queira ou não, possa ou não, tem o seu tempo ocupado com a profissão e os afazeres diários inadiáveis.
Porque assim é, o dia é grande e sem espaço para grandes paragens. Veja-se a hora de almoço: o estilo come em pé (uma sopa), virado para a parede, é em grande maioria o que se pratica.
O que resulta disto?
Gente apressada, mal-humorada e sem paciência para ninguém nem para si próprio.
Quem é que paga esta factura quase sempre?
As crianças, claro.
Não pediram para nascer e são vítimas desta vida alucinante.
Logo pela manhã, entregues a amas, avós e outros familiares, ou depositadas nos infantários e escolas – e na sua grande maioria, só recolhidas onze ou doze horas após.
Digamos que um regime destes é duro para qualquer das partes.
Isto pode ainda ser mais grave se a criança, por motivos de sobre-ocupação dos pais,
tiver de passar a semana toda nos avós.
O que isto representa é um défice de atenção, afecto e diálogo que é necessário nestas idades, entre pais e filhos.
Resultado: pais ausentes, frustrados e insatisfeitos por sentirem que o seu papel de pais está a falhar.
Para colmatar esta situação, quando têm as crianças com eles, tentam compensá-las da forma menos correcta: aguentam-lhes todas as birras, não são firmes quando é preciso sê-lo, compram-nos com guloseimas e brinquedos desnecessários, que eles num ataque de má educação, partem e atiram ao chão desinteressados.
São estas crianças que mais tarde se revoltam contra os pais e avós e os ignoram na velhice nos hospitais e lares.
Faltam os laços afectivos, a presença e a atenção que só os pais podem dar.
Para isso faltam as condições.
Abraço.

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