Estive uns tempos sem visitar o Oceano, meu vizinho.
Tenho tomado outras direcções, que me têm sabido igualmente
muito bem.
Senti-me bem ao revê-lo.
Lá continuava ele qual bacia hidráulica em forma gigante.
Manso e tranquilo.
O stress não tem passado por ali.
Ao vê-lo, não pude deixar de pensar no célebre poema de
Pessoa:
«Ó mar salgado, quanto do teu sal.
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar»!
Lágrimas!
Também as minhas já algumas vezes ajudaram a engrossar
aquele enorme caudal!
É um bom sítio para aliviar o coração e lavar a alma.
Carregam-se baterias e arrecadam-se mais energias.
Aquele ambiente é sempre acolhedor, mas agora no Inverno
torna-se ainda mais especial.
Aquele espaço.
Aquele silêncio.
Aquela convivência solitária.
É o melhor sítio para reflectir e muitas vezes tornar mais
leve a vida.
Gosto daquele ambiente.
Pena, que os que como eu apreciam, não possam usufruir mais
vezes.
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