Há um galo meu vizinho, que tem a tarefa de despertar todos
os dias à mesma hora.
Hoje acordei com o seu cantar calmo e «responsável».
Sem estar munido de nenhum mecanismo electrónico, ele não
falha.
Desempenha aquela que considera a sua tarefa, sem falhas.
Canta com convicção e em vez de nos aborrecer com o seu
cantar, quase nos faz um convite a continuar o sono.
No absoluto silêncio da madrugada lá um pouco mais afastado,
outro som que há muito não se fazia ouvir.
O mar.
Depois de longo silêncio e de excessiva calma, eis que se
volta a fazer ouvir.
E… pum! Na areia que provavelmente já tinha saudades do seu
bater amigo.
No aconchego do meu quarto, arrecado a calma que estes sons
me transmitem.
Oiço-os e registo-os, como se de uma cantiga de embalar se
tratasse.
Ao acordar, já a manhã vai alta.
O sol já aquece a terra que durante a noite gelou.
O galo galanteia as galinhas, suas companheiras de capoeira.
E o mar, o mar continua a sua «luta» com a areia.
Ser acordada por estes sons naturais, é mais um privilégio
com que a vida me presenteou.
Abraço.
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