domingo, 5 de fevereiro de 2012

O fogo














Sempre, desde pequena, fui atraída pelo fogo da lareira.
Lembro-me de que até nas brincadeiras de rua com as minhas amigas, às vezes e à revelia dos pais, as mais velhas acendiam um pequeno lume, à volta do qual brincávamos e recriávamos cenas que provavelmente observávamos em casa.
Podendo parecer um gesto perigoso, na altura não seria tanto assim.
Era tudo muito pacífico e tranquilo.
Pelo menos as amigas que me rodeavam.
Havia sempre uma líder a quem os pais nos confiavam.
Isto tudo para falar do meu fascínio pelo fogo da lareira.
Talvez porque cresci e vivi durante bastante tempo à volta desse fogo de lareira.
Talvez porque em seu redor eu bebi muito do que sou hoje.
Talvez porque me devolve o que deixei para trás.
Talvez…
Talvez porque me identifico com a tranquilidade serena daquela chama.
Às vezes dou comigo sentada no chão a olhá-la fixamente e sou encaminhada para tempos que me deixam feliz e agradecida.
Pode parecer saudosismo.
Se calhar até é.
Mas é um saudosismo saudável.
Daquele que aquece e aconchega, tal como a chama da lareira.
Daquele que me devolve a serenidade e a paz que ao longo da vida sempre tenho procurado.

É bom não ser muito exigente com a vida!...

Abraço. 

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