quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Outono por instantes




Depois de uma noite de chuva, a manhã acordou cinzenta.
A chuva miudinha mostrava-se persistente e tímida ao mesmo tempo.
Um dia carrancudo, mas sereno e tranquilizador.
Daqueles que eu aprecio.
Quando assim é, gosto de ficar quieta no meu canto, assim… quase a ronronar.
Música suave, que se faz ouvir num som de baixos decibéis, a condizer.
Mesmo bom para serenar a alma.
Até os meus gatos estão recolhidos.
Certamente, também eles a saborearem este ambiente acolhedor.
Assim afastada do bulício do exterior e absorvida pelo silêncio, não faria ideia da sofreguidão que lá fora, mais propriamente numa superfície comercial próxima, se fazia sentir.
Com as praias vazias, uma amálgama humana correu a distrair-se.
Quando por necessidade me dirigi lá por cinco minutos, tive a surpresa do dia.
O espaço abarrotava.
O eco das vozes parecia o de aves comprimidas num galinheiro que, embora grande se tornara pequeno.
Saí a correr.
Posso compreender as necessidades de cada um, mas as minhas não passam por ali.
Opções e estilos de vida.
Está um dia demasiado agradável para o desperdiçar assim.

Abraço. 

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