sábado, 11 de agosto de 2012

Uma estória de aldeia


















Ao longo da nossa existência, há sempre episódios que não esquecemos.
Com mais ou menos importância, eles permanecem connosco.
Desta vez, lembrei-me de um, que me faz rir sempre que rebobino a fita dos acontecimentos.
Há muito tempo, na minha aldeia em dias festivos e para fecharem com chave de ouro, jogava-se uma partida de futebol
Normalmente e para a coisa ser mais brincalhona, jogavam os solteiros contra os casados. Como hoje.
Claro que era mesmo para divertir, pois a frescura e a capacidade física de uns era bem diferente da dos outros.
Na aldeia já era esperado o espectáculo.
Assim sendo, à hora do evento tudo corria para o «campo», sabendo de antemão que haveria gargalhada pela certa.
O «campo» era um rectângulo de terra batida com pedras à mistura, onde durante noventa minutos ambas as partes se digladiavam.
Havia no grupo dos casados um elemento que normalmente bebia uns copos e via a dobrar.
Apesar disso, e mesmo não fazendo parte da equipa, insistia em ir para dentro do campo – neste caso não para jogar, mas para atrapalhar.
O pior de tudo é que sempre que as bolas lhe chegavam ao pé, ele fugia aos ziguezagues à frente dela, impedindo que os golos entrassem.
Só dizia aos gritos:
- Olha-a, olha-a!
E dizia coisas desconexas que deixava tudo a rir.
Se por acaso os solteiros cometiam alguma falta, zangava-se com o árbitro, porque ele os castigava.
Era do contra mesmo.

Eram momentos delirantes e ingénuos de descontracção e divertimento.

Naquele tempo, eram assim os momentos de lazer.
Brincalhões e ingénuos.

Bons tempos.

Abraço.

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