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Quando a geração do meu tempo cresceu, parecia-nos que o
tempo não passava.
Demorava imenso para que nos sentíssemos gente crescida.
Usávamos de todos os artifícios para que parecêssemos mais
velhos.
Em determinada altura passávamos pela fase das inseguranças
e dos complexos.
Pensávamos que não tínhamos graça, que ninguém gostava de
nós.
Púnhamos o nariz no ar e que ninguém nos dissesse nada.
Era a chamada a idade do armário.
Mais tarde, era chegada a hora da conquista.
Enamorávamo-nos e tínhamos paixões de caixão à cova.
Essas, as primeiras, quase sempre ficavam pelo caminho.
Ás vezes a coisa ficava séria e dava casamento.
Quantas vezes, esse passo era dado antes de se atingir a
maturidade e saía asneira.
Nessas idades, a pressa é tanta, que não há espaço para a
reflexão.
O caminho é só em frente.
Bom, mas o futuro é logo ali e diziam-nos na altura que o
casamento era para a vida
De repente e quase sem darmos por isso, ali estávamos nós a
partilhar uma vida a dois.
O estado de graça não dura sempre.
Com a partilha diária do espaço e dos problemas que começam
a surgir, as incompatibilidades vêm ao de cima e lá se vai o sonho.
Aí, se não houver mais nada para lá da paixão, acaba a festa
e começam os confrontos.
É preciso que haja mais alguma coisa que nos ligue.
É preciso haver compreensão, tolerância, muita amizade e
afecto.
Tentar arranjar plataformas de entendimento e de cedências
de parte a parte.
Quanto a mim, é isto o amor a sério.
É isto que hoje não se pratica.
Daí, o casa-separa contínuo, que se vê a cada dia que passa.
A relação a dois é uma arte que se treina todos os dias.
Abraço.
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