O verão e o calor têm um sabor especial no campo.
Estou a pensar mais concretamente nos que tem tempo para o
saborear.
Para os outros, o calor de hoje, especialmente quente, é
castigador.
Aqui, na semi-obscuridade da minha sala, o silêncio ouve-se
lá fora.
Até quase se ouve a estiagem: chcheee…
Ouvem-se os grilos, as cigarras e o piar dos pássaros em
alegre confusão.
Os pequenos ruídos domésticos da aldeia sobressaem, mas não
perturbam a paz que reina.
Quem trabalha no campo ou na pesca, resguarda-se e aproveita,
por norma, as manhãs e ou as tardes para realizar as tarefas necessárias.
À parte um ou outro carro que passa, tudo é calma.
Nem as vizinhas que adoram três dedos de conversa em grupo,
estão hoje disponíveis.
O recolhimento e as tarefas de casa são as ocupações
escolhidas para estes dias de canícula.
É assim o verão a sério por estas paragens.
Aqui a três quilómetros temos a praia.
Por certo terá hoje alguns veraneantes, ainda que ontem as
marés vivas tenham ocupado parte da areia.
Finalmente, o sol quente e o calor dão alguma alegria aos
que, durante um ano, não o podem gozar.
Paz.
Silêncio e calma.
O suficiente para o meu equilíbrio.
Embora em pano de fundo, não se esqueça a situação difícil dos
portugueses, trabalhadores, deste país sem trabalho!
Abraço.
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