quarta-feira, 2 de maio de 2012

Marcas que ficam















Desde que nascemos até que morremos, somos marcados por acontecimentos.
A variedade é muita.
Algumas marcas chegam mesmo a deixar cicatrizes.
Cicatrizes de uma certa profundidade.

Vi há dias no programa Alta Definição da SIC, a entrevista que Carlos Daniel fez ao actor Vítor Norte.
Um grande actor.
Contudo, impressionaram-me as marcas.
Algumas delas muito profundas.
No rosto e mais ainda na alma.
Lembrei-me também do que há tempos correu numa certa imprensa.
Principalmente a cor-de-rosa.
A propósito de um problema familiar de certa profundidade, tentaram denegrir-lhe a imagem.

Pobres diabos ignorantes e maus.
Sabem lá eles o que se passa atrás das vidas de cada um?
Claro que não sabem.
Nem lhes interessa saber.
É preciso é vender muito lixo.
Muito, muito, quanto mais melhor.

Não entendem, nem imaginam, o que quer dizer ter estado numa guerra colonial.
Forçado, ainda por cima.
A defender-se para não morrer.
Nem sonham as marcas que ficam.
E que, porque não são compreendidas, têm que se disfarçar.
E magoam, magoam por dentro.
Ainda que não se queira.

Não há forma de sentir.
Mas talvez tentar perceber.
Quem sabe, tentarem pôr-se no lugar de quem por lá passou!...

É o mínimo que se exige.
Como eu compreendo o Vítor Norte!
Por detrás daquela couraça, há um homem com muitas marcas internas.
Sensível e a tentar fazer de conta que não as tem.

Abraço.

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