quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Natal de todas as angústias


















Apesar da crise, dizem-nos as televisões que os hotéis estão cheios.
Que nas estradas correm muitos carros.
Que dentro de alguns desses carros, corre muito álcool.
Que a polícia actuou.
E que o consumismo continuou.
Depois, ouvimos também falar do outro natal.

O natal dos simples.

Dos deserdados da sorte.
Dos que esperam ou não, (?) que alguém lhes chegue aos lábios ressequidos pelo frio da noite uma sopa quente que comem sofregamente.
Outros ainda acorrem ás instituições de boa-vontade, que os fazem esquecer por momentos, a falta de meios com que se deparam diariamente.
Nessa noite, há ceia e está quente.

Sempre houve diferenças.
Mas agora são mais visíveis.

São-nos mostradas vezes sem conta.
Os nossos olhos são testemunhas e às vezes preferiam não ver.
Vemos, lado a lado, a ostentação e a fome.
Os bem apessoados e nutridos a olhar para o umbigo.
E os de expressão vazia e olhar no infinito

Em alguns casos, cada um com a sina que a troika lhes traçou.
Pobres muito pobres.
Ricos muito ricos.
Sociedade desgraçada e madrasta!

Por aqui o nosso natal foi simples.
Normal e modesto.
Baseado nos afectos, no convívio e no recato.
As filhoses estão uma delícia!
O consumismo foi zero.

Só é pena que uma nuvem sombria nos tolde o horizonte.

Nem tudo é perfeito.

Abraço.

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