Nesta vida pouco preenchida de satisfação pessoal,
profissional e intelectual, muitas vezes, para tentarmos fugir de nós mesmos,
olhamos para o lado e observamos a vida de uns e de outros.
Não a conhecemos por dentro, mas opinamos.
Damos palpites.
Sempre foi e será assim.
É que, enquanto fazemos isso, não pensamos na nossa.
Não nos encaramos.
Não somos obrigados a rir da nossa falta de verdade.
Parecemos ratos que se esgueiram pelas frinchas mais
estreitas!...
Ver o argueiro no olho do vizinho é muito conveniente.
Ver a tranca que temos no nosso, isso não!
É bem melhor escondermo-nos atrás da nossa conveniente e
oportuna miopia.
A lavar a casaca dos outros é que somos peritos!
Enquanto isso, deixamos a nossa cheia de nódoas.
Nódoas que não queremos ver.
Que escondemos por vergonha dos outros e de nós próprios.
O apêndice chamado língua que faz parte do todo que é o
nosso corpo, faz muitas vezes o pior dos papéis.
Esfregona suja e descabelada.
A falta de verdade e respeito connosco e com os outros, às
vezes, é constrangedora.
Constatar este facto também.
Como diz o ditado:
- Só sabe o que vai no convento, quem lá está dentro.
É feio ser língua de trapo.
Abraço.
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