segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Os cuscos e a cusquice






















Nesta vida pouco preenchida de satisfação pessoal, profissional e intelectual, muitas vezes, para tentarmos fugir de nós mesmos, olhamos para o lado e observamos a vida de uns e de outros.
Não a conhecemos por dentro, mas opinamos.
Damos palpites.
Sempre foi e será assim.
É que, enquanto fazemos isso, não pensamos na nossa.
Não nos encaramos.
Não somos obrigados a rir da nossa falta de verdade.
Parecemos ratos que se esgueiram pelas frinchas mais estreitas!...

Ver o argueiro no olho do vizinho é muito conveniente.
Ver a tranca que temos no nosso, isso não!
É bem melhor escondermo-nos atrás da nossa conveniente e oportuna miopia.
A lavar a casaca dos outros é que somos peritos!
Enquanto isso, deixamos a nossa cheia de nódoas.
Nódoas que não queremos ver.
Que escondemos por vergonha dos outros e de nós próprios.
O apêndice chamado língua que faz parte do todo que é o nosso corpo, faz muitas vezes o pior dos papéis.
Esfregona suja e descabelada.

A falta de verdade e respeito connosco e com os outros, às vezes, é constrangedora.

Constatar este facto também.

Como diz o ditado:
- Só sabe o que vai no convento, quem lá está dentro.

É feio ser língua de trapo.

Abraço.

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