O rumo foi o Cabo Espichel.
Àquela parte do Cabo tranquila e calma que tanto nos agrada.
O ar cortava. Ainda assim, saí do carro e comecei a caminhar.
No ar, um cheiro a mar e campo.
A extensão visual não tinha princípio nem fim.
O sol descia lentamente com viagem marcada para outros
mundos.
Parei, observei e absorvi a Natureza.
Nunca é demais olhá-la e senti-la.
Aquela beleza natural («posta ali» por quem?) impressiona-me
sempre.
Descubro sempre mais qualquer coisa.
Deparei comigo, mais
uma vez, a olhar aquela arriba gigante que enfrenta o mar.
Os tempos (os milénios) têm ajudado na sua formação.
Os traços esculpidos são perfeitos.
De tez morena, aqui e ali alguns dourados, faz pensar em
como é possível que o tempo e a erosão a tornem cada dia mais atraente.
De traços rugosos e formas perfeitas.
A sua pose imponente faz com que nos sintamos ainda mais
pequenos.
Enfrenta o mar aquela arriba.
E ele aproveita-se. Bate nela, às vezes com raiva.
Empurra-a, mas ela é firme. Protege-o, serve-lhe de apoio.
As suas pancadas, fortes e viris, ora castigam, ora são carícias
prolongadas e suaves.
Uma relação que vem detrás e que prevê muito futuro.
É bom passear um pouco pela Natureza e também pela imaginação!...
O espírito veio mais rico para casa.
Sem comentários:
Enviar um comentário