terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O mar




Quando o mar está um pouco agitado, ouve-se nitidamente o seu rebolar aqui em casa.
Naquela noite foi demais.
Ele não só rebolava, como troava.
Mesmo aqui, a uns escassos três ou quatro quilómetros, impunha alguma apreensão.
Devo confessar que a minha noite foi até um pouco menos serena do que o costume.
Ao acordar, deparei com a notícia trágica, da «ceifa» de seis vidas ainda jovens.
O mar, pelo menos este que tão bem conheço, pode ser um grande amigo, um grande confidente e recebe todos de portas escancaradas.
Mas tem o seu brio.
 Gosta que reparem nele.
Precisa de se espreguiçar, de alongar e deitar fora a raiva que sente.
Faltas de respeito não.
Ignorarem-no, olharem-no sem o ver?
Afinal ele é uma potência!
Serve-nos a todos!...
Aqueles jovens, pela certa, não o viram.
Não mediram as consequências do tão poderoso.
A idade, a alegria de viver têm destas coisas.
A falta de experiência de vida não deixa tempo para o essencial.
Os livros por onde estudam, não lhes transmitem estes códigos de conduta.  
Tão jovens e com tantos projectos!
 Isso, o mar não entendeu.
 Estava demasiado zangado.


Abraço.

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