Este ano que termina amanhã não deixará saudades à maioria
dos portugueses.
Pelo menos aos que ficaram sem acesso ao trabalho que lhes
trazia o sustento.
Aos que, ainda que trabalhando, viram os seus rendimentos
reduzidos drasticamente, sem apelo nem agravo.
Aos idosos, com reformas de miséria e que, ainda assim,
foram «assaltados», humilhados, esquecidos e a sentirem-se empecilhos sem
préstimo.
Aos jovens, que sem oportunidades no seu país, se viram
obrigados a emigrar e a deixar para trás todos e tudo aquilo que amavam.
Às crianças, que por via de tudo isto, andam mal alimentadas
– ao ponto de desmaiarem de fome nas escolas.
Às vidas desfeitas.
Às famílias separadas!
Ao desafecto em que tudo isto poderá resultar!
Para quê?
Para encher os bolsos de alguns e o ego de outros?
Alguém, para lá desses senhores, vê alguma luz no horizonte?
O que é que nos aguarda no futuro?
Haverá algum motivo para ter esperança?
Despedirmo-nos deste, sim, mandá-lo para bem longe.
Mas… festejar o que vem?
Não vejo por quê.
No meio deste lodaçal, o que mais poderemos desejar é que
não nos falte a saúde.
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