sábado, 29 de março de 2014

Uma homenagem





















Penso que hoje já ninguém de bom senso dirá a uma criança que foi a cegonha que a trouxe para a vida.
Há muitos anos atrás, essa era a resposta com que os pais fugiam à pergunta quase certa que, um dia, inevitavelmente surgiria.
Pergunta embaraçosa, nesse tempo!
Na altura, ainda o sexo era um tabu sem saída à vista.
Hoje, passados tantos anos, já tudo se alterou e infelizmente o contrário aconteceu.
Penso que, em certos casos, o tema é tratado de modo um pouco displicente.
Quando olho para a foto que abre este meu texto, não posso deixar de pensar no acto de amor que representa.
Com esse acto de amor, aconteceu uma família unida e feliz.
Essa família foi abruptamente amputada.
A sua trave mestra falhou. A forma que aparentava não o faria prever.
A família tremeu e quase ruiu.
Maldade sem nome. Mãe e filha sem rumo nem amparo à vista.
Ficou um vazio não mais preenchido.
Alguns anos mais tarde, e sem esperar, mais uma surpresa.
O segundo elemento seguiu o caminho do primeiro
O projecto de família interrompido terminou demasiado cedo.
Ficaram marcas, sim, e muitas fragilidades.
Foi preciso reaprender a viver sem eles.
Ficou também a recordação dos afectos.
Os muitos gestos de amor permanecem e nunca se apagarão.
Ficou para ela, família, um lugar cativo no meu coração.   

 Abraço.


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