segunda-feira, 20 de junho de 2011

Naquele canto











Não.
Não é um canto dos Lusíadas.
Coisa mais simples.
Mais terrena e igualmente bonita.
Ao descer aquela ladeira íngreme, não se pode imaginar o que lá em baixo, bem juntinho ao mar, se vai encontrar.
É uma descida longa, mas tem a rodeá-la uma beleza natural que vale a pena observar com atenção e cuidadosamente.
As rochas que nos acompanham ao longo do trajecto, oferecem-nos para regalo do olhar verdadeiras figuras que na nossa imaginação se transformam em figuras esculpidas com grande sabedoria e paciência.
A minúcia do que nos parecem favos de mel impressiona pela perfeição.
Enquanto que de um dos lados temos as rochas, do outro ergue-se um monte cortado a pique, cheio de uma vegetação tipo savana, cerrada e agreste.
De lá irrompem de quando em vez, com um porte erecto, pinheiros que teimam em impor a sua presença diferente de tudo o resto.
Chegados ao destino deparamos com um canto íntimo, de água verde escura coberta de algas.
Uma praia deserta, com pedras redondas e brancas.
A areia é mínima.
Só com boa vontade se estendem duas, três toalhas.
O cheiro a maresia é mais forte que do que o normal de outras praias que conheço por aqui e já são algumas.
É o descanso do guerreiro.
Vinte minutos de contemplação, é o suficiente para regressarmos deliciados e com os olhos repletos de beleza.
Foi dura aquela subida.
Dura mas compensadora.
Para lá do exercício, traz-se nos olhos e no coração a beleza da natureza completamente virgem.
Portugal está cheio de cantos que vale a pena visitar.

Abraço. 

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