quarta-feira, 15 de junho de 2011

A pesca












Quem vive numa zona onde o mar é rei, tem vários privilégios.
Um deles é poder ir à tarde à praia e observar o pôr-do-sol que com tanta beleza, nos extasia.
Depois, para juntar a este, um outro momento que merece também a nossa atenção.
A saída dos pescadores para a pesca.
É uma tarefa bonita, de longa tradição e que apesar de mais facilitada agora com os tractores que puxam as redes, continua trabalhosa e arriscada.
Gosto de ver.
Por vezes ao entrarem no mar correm riscos.
Quando há muita agitação, os barcos de pesca artesanal que por norma são pequenos,
têm alguma dificuldade a entrar.
Os pescadores (os que vivem disso) arriscam mesmo assim.
Aí, o cenário é um pouco perturbador.
Quem está de fora tem vontade de desviar o olhar.
São uns momentos expectantes e de alguma preocupação.
As famílias e os companheiros que ficam em terra, enquanto não vêm o barco fora da rebentação, não tiram os olhos do mar que, devido à sua força, nem sempre facilita.
Depois de vencido, lá mais longe, são então lançadas as redes.
Em terra espera-se a volta.
Entretanto e ao mesmo tempo, convivem e trocam ideias.
Está tudo pronto para, logo que os companheiros voltem, recolherem o peixe.
Quando a rede vem cheia, a alegria é visível no semblante de todos.
Começa a separação por espécies.
Depois desta tarefa concluída, é a divisão do peixe.
Cabe a cada um uma parte do pescado.
O resto é para a venda ou não, depende do dono do barco, e das suas necessidades económicas.
São momentos de convívio que provocam diálogos engraçados e de descontracção saudável.
Uma vida pacata, que alguns fazem por necessidade, outros apenas para conseguirem as refeições do dia seguinte.
Infelizmente, há sempre um dia em que a saída para o mar não é feliz.
Então a tristeza cobre a face de todos.
É o preço a pagar por tanta coragem e por vezes pela própria sobrevivência.

Abraço.

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