Coitados dos ratinhos.
Vociferaram a sua indignação e recolheram-se.
Aliviados da raiva, mas não conformados.
Conversaram e decidiram dar um tempo àquelas ratazanas
parasitas e gulosas.
Continuaram a mourejar, porque os filhotes precisavam de
comidinha.
Todos os dias saíam e trocavam ideias com os outros
ratinhos.
A paciência esgotava-se a conta-gotas.
A raiva crescia dentro deles.
As dispensas começavam a ficar vazias, as migalhas
escasseavam.
De focinhitos caídos e barriga meio-vazia, não desistiam.
Só esperavam que as ratazanas lustrosas, e de casacas de
grilo, se dignassem a olhar para eles, figuras pequenas, mas corajosas e
trabalhadoras.
Eis se não quando, a ratazana de topo mandatada pelos
gulosos que a rodeavam, apareceu no alto do seu buracão e disse.
-As regras são estas, vocês só têm que se acalmar.
Nem todos podem ter a barriga cheia como nós.
O palácio é grande, mas nós somos ratos exigentes e
precisamos de muito espaço.
De comida de qualidade e não de migalhas deixadas por outros.
Deixem de ser piegas e trabalhem.
Olhem as formigas!
Deixem de ser ignorante e aceitem o que vos digo.
Perplexos, os ratitos engoliram em seco, mas prometeram
voltar.
Não sem antes gritarem sua indignação.
Recolhidos, matutam, matutam, e esperam o momento.
Temo que saia violência!...
Abraço.
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