Senhores.
Há tantos!...
Uns são gordos, anafados e balofos.
Outros mais finos, apessoados e com pose de gente de bem.
Em ambos os casos, quase sempre donos de uma prosápia que
convence.
São esses que normalmente levam atrás os incautos, os ingénuos
e os crédulos.
São eles que depois de apanharem o poder, esquecem quem os
levou até lá.
São eles também que de uma certa forma sádica, usam e abusam
desse poder.
E que com ele trituram, felizes, aqueles a quem deveriam
agradecer.
São também eles que esquecem, logo na primeira esquina, que
sem o apoio desses mesmos, não passariam, na sua grande maioria, de cidadãos
anónimos e esquecidos.
Que, a partir do momento em que sobem os degraus tão desejados,
os senhores mudam.
Não só a fatiota, mas também os modos.
Fazem voz grossa.
Ameaçam, dizem e desdizem com a maior desfaçatez.
Deixam à porta do poder os beijinhos e os abraços de feira.
Passam a usar grandes carros com «chaufeur» e as mordomias e
benesses são mais que muitas.
Os senhores são o retrato da deslealdade.
A ralé?
Quem?
Não conhecem.
Têm coisas bem mais importantes para pensar!...
Senhores.
Com nome, mas com memória curta.
Com nome, mas sem hombridade nem honra.
Senhores indignos desse nome.
É olharmos para o governo.
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