quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Expressão facial












A expressão facial é uma espécie de espião que nos denuncia a cada momento. Por muito que queiramos esconder o que sentimos, dificilmente o conseguimos.
Felicidade, tristeza, indiferença, perplexidade, altivez, raiva, etc. – tudo o nosso rosto revela; trai-nos duma forma que, às vezes, se torna embaraçosa.
A nossa expressão mostra a todos o que gostaríamos que fosse só nosso. Expõe a nossa privacidade, não a respeita, deixa-nos desnudados, quase a sentirmo-nos envergonhados por sermos apanhados na nossa intimidade.
Estamos numa época festiva, devíamos andar todos felizes, mas o que se constata na rua é um pouco o que acabo de descrever: sorrisos fechados, gente mal-humorada, sem paciência, e carrancuda.
Porque será? Está tudo tão bem na vida! Não há desemprego, a assistência na saúde não podia ser melhor, a educação e a cultura uma maravilha, estabilidade não falta. 
Então porque não andamos todos felizes?
Devia haver uma forma de enganar a expressão, de a trair como ela nos trai a nós.
Assim podíamos fazer um esforço, pormos um sorriso bonito e parecermos todos contentes, ainda que o sorriso fosse postiço e, no fundo, não convencesse ninguém!...
Quantas pessoas fazem este jogo de faz-de-conta a vida toda?
Abraço.

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